A produção de frutas em larga escala proporciona uma vantagem ao consumidor brasileiro: preços acessíveis. A oferta é superior à demanda e deixa prateleiras de feiras e supermercados cheias de opções mais baratas para nutrir e também colorir o cardápio à mesa.
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Essa condição, muito comum no Brasil, não acontece no Japão, por exemplo. O país asiático é conhecido por cultivar variedades de frutas especiais, vendidas em leilões como parte da tradição local para marcar o início da colheita, e que alcançam lances altíssimos.
Por lá, assim como nos Estados Unidos e no Canadá, muitos alimentos servem como presente e são comparados a joias, ganhando fama pelo mundo. Confira abaixo:
Melão
Dois melões japoneses foram vendido por mais de R$ 50 mil reais cada
Reprodução/Cooperativa Agrícola do Japão
Em maio deste ano, dois melões da variedade Yubari King foram leiloados por 1 milhão de ienes (R$ 36 mil) no evento que marcou a abertura da colheita da fruta cultivada pela Associação de Melões Yubari em Hokkaido, no Japão.
O arremate é alto, mas inferior ao de 2019, que alcançou 5 milhões de ienes (R$ 184 mil). E por que o melão é tão caro? Conforme a entidade japonesa, ele representa a combinação de qualidade elevada, cultivo limitado, tradição e estratégia, transformando-o em símbolo de luxo.
Manga
Manga mais cara do mundo foi vendida em leilão japones
Reprodução/RKB毎日放送NEWS
Assim como acontece com o melão, unidades de manga da variedade Miyazaki, cultivada na província de mesmo nome, são leiloadas assim que começa o período da colheita, geralmente, em abril.
Neste ano, duas caixas com duas frutas cada custaram 100 mil ienes (R$3,6 mil), valor abaixo do arrematado em 2023, quando um par foi adquirido no mercado público municipal por 500 mil ienes (R$ 18,4 mil).
Segundo a imprensa local, as mangas mais bonitas recebem o título de Taiyo-no-Tomago, que significa “ovo de sol”, e têm características únicas: 350 gramas, teor de açúcar acima de 15 graus, formato ovalado e casca com coloração intensa e bem vermelha.
+ Saiba como a manga mais cara do mundo foi produzida
Melancia
Melancia quadrada foi desenvolvida para facilitar o armazenamento da fruta
Reprodução/Japanese Food Guide
O mercado japonês de frutas caras também inclui a melancia. E lá, o alimento cultivado no distrito de Fudeoka, em Zentsuji, se difere do comercializado em outros países do mundo pelo formato. Afinal, ela é quadrada.
De acordo com o site Japanese Food Guide, a melancia Shikaku Suika começou a ser cultivada pelos agricultores da região em 1965. E para que alcance o padrão ideal, é colocada em uma caixa transparente quadrada de vidro ou plástico durante o desenvolvimento para ficar com o tamanho de 18 x 18 centímetros.
A publicação explica ainda que o valor da fruta, que não é consumida, mas comprada para enfeitar lojas e hoteis, varia conforme a cidade e também a quantidade colhida. Por exemplo: em Fudeoka, a melancia quadrada custa US$ 100 (R$ 542), mas é vendida pelo dobro (US$ 200 ou R$ 1.085) em Tóquio. Se a compra for internacional, uma unidade pode chegar a US$ 800 (R$ 4.343).
“Somente as melhores melancias podem ser enviadas. Isso inclui um peso entre 5,5 e 8 quilos e listras alinhadas verticalmente na casca”, diz texto.
Uva
Ruby Roman chama atenção pelo tamanho
Reprodução/Business Insider
O título de uva mais cara do mundo pertence à variedade Ruby Roman, produzida em Ishikawa, no Japão. Ela se desenvolve sob condições rigorosas de temperatura e luminosidade para alcançar o padrão de qualidade obrigatório para a venda: bagos com mais de 20 gramas, 30 milímetros e 18% de doçura.
Os cachos que ultrapassam essas medidas são elevados à categoria premium e podem custar US$ 1 mil (R$ 5,4 mil). O site japonês Sakuraco destacou que em 2020, quando apenas 25 mil cachos tinham as características desejadas, um deles foi vendido em um leilão por 1.780.140 ienes (R$ 65 mil). Ou seja, cada um dos 30 bagos custou US$ 400 (R$ 2.173).
Banana
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Você pagaria US$ 6,2 milhões por uma banana colada na parede com fita adesiva? Pois esse foi o valor arrematado pela obra de arte viral do artista Maurizio Cattelan, em novembro de 2024, em Nova Iorque.
O empresário chinês Justin Sun, autor do lance, comeu a banana uma semana depois e ainda prometeu comprar 100 mil unidades do feirante que vendeu a fruta quando soube que ela custou menos de um dólar.
Abacaxi
Versão rosa da fruta foi apelidada de Pinkglow
Divulgação/Del Monte
Enquanto na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), considerada a maior empresa pública de alimentos da América do Sul, a unidade do abacaxi de polpa amarela custa R$ 6, a fruta de polpa rosa, chamado Pinkglow, é vendida a US$ 89 (R$ 482) no Canadá e Estados Unidos.
Conforme a empresa americana Del Monte, o alimento exótico possui “sabor excepcionalmente baixo em acidez, aroma de abacaxi doce e polpa rosa única, além de licopeno, pigmento natural associado a inúmeros benefícios à saúde, como propriedades antioxidantes”.
O abacaxi é cultivado em solo vulcânico na Costa Rica e colhido entre 20 a 24 meses após o plantio.