Empresa inaugurou ampliação do complexo industrial de Promissão, no interior de São Paulo, que recebeu investimento de R$ 500 milhões A Marfrig inaugurou na sexta-feira (27/6) a ampliação do complexo industrial de Promissão, no interior de São Paulo, uma obra que recebeu investimento de R$ 500 milhões. O projeto está no centro de um plano que o grupo lançou em 2023 e no qual prevê desembolsar R$ 1,3 bilhão até o fim deste ano: a estratégia consiste em ampliar a capacidade de produção de suas fábricas e agregar valor ao portfólio, com aumento da participação de industrializados e itens de marca.
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Por estar próxima aos principais mercados consumidores e portos do país e ter mais de 100 habilitações para exportação — a China faz parte da lista —, a fábrica de Promissão tem importância estratégica para a companhia. Após o investimento, a capacidade de abate da planta, que era de mil cabeças de gado ao dia, subiu para 3,5 mil cabeças ao dia. A taxa de ocupação, por sua vez, que era de cerca de 75% há três anos, quando o projeto começou, passará de 90%.
“Quando você atinge um patamar de escala de alto nível, transformando-se na maior unidade do país em termos de abate e desossa, obviamente o custo por quilo produzido fica muito menor. Você fica muito mais eficiente e mais rentável”, observa Rui Mendonça, o principal executivo da empresa. Após as obras, o custo por quilo de carne que a Marfrig produz na unidade será cerca de 30% menor do que o de 2002, ano de inauguração da planta.
Além do aporte de R$ 500 milhões em Procissão, a companhia investirá, ao todo, R$ 800 milhões nas unidades de Tacuarembó, no Uruguai, São Jorge, na Argentina, e de Várzea Grande (MT). “Em todas, fizemos expansão com esse mesmo conceito de complexo industrial, com carne de valor agregado e processados reunidos na mesma unidade e reduzindo o custo por quilo produzido”, relata Mendonça. Segundo ele, os produtos de marca classificados como premium já representam cerca de 40% do total das vendas de carne desossada da empresa.
Com os desembolsos, além de modernizar a linha de produção, a companhia vai aumentar a capacidade de confinamento de gado dessas unidades. O modelo replica o modo de operação da subsidiária da Marfrig nos Estados Unidos, a National Beef, na qual 25% dos abates são de animais que a própria empresa cria e engorda.
No Brasil, a companhia trabalha com a perspectiva de que a participação do gado próprio nos abates totais seja a mesma que o grupo tem na subsidiária americana. Como parte desse plano, a Marfrig inaugurou neste ano as operações de um confinamento em Lins, cidade vizinha de Procissão. “Eles entram estrategicamente fechando possíveis pequenas oscilações de oferta que acontecem ao longo do tempo”, explica Mendonça.
Para além de representarem garantia de oferta, os confinamentos próprios são também, na avaliação da Marfrig, uma forma de assegurar a qualidade de seus produtos e de amplificar sua presença no mercado internacional. “Isso aumenta muito a participação de gado habilitado [para vendas à] Europa na nossa operação, com ganhos em qualidade e ocupação”, completa o executivo.