Manchas de óleo surgem no mar e na faixa de areia em praias de Fortaleza e Aquiraz

Frequentadores da Praia do Futuro, em Fortaleza, e da orla de Aquiraz, na Região Metropolitana, foram surpreendidos com o aparecimento de manchas pretas no mar e na areia na última terça-feira (16). O material, que lembra o óleo encontrado em desastres ambientais anteriores ocorridos em 2019 e 2022, acendeu um alerta entre pesquisadores e órgãos ambientais. Segundo o Laboratório de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), a quantidade registrada é considerada anormal: foram encontradas cerca de 860 gramas de pelotas pretas a cada 500 metros da faixa litorânea da Praia do Futuro.

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O coordenador do Labomar, Rivelino Cavalcante, explicou que há fortes indícios de que o material seja óleo proveniente da lavagem de tanques de navios em alto-mar. “É esse primeiro momento onde a gente recebe a amostra aqui no laboratório. Nós utilizamos solventes orgânicos, né? E esse material já dissolvendo nesse solvente orgânico, ele já dá indicativo de que seja um óleo derivado dessas lavagens de tanques de navio”, afirmou.

A pesquisadora Adriana Pereira, também do Labomar, reforça os riscos: “Esse material é exógeno, ou seja, não é para ter contato com organismos vivos. Então, assim, esse material, como ele tem pequeno tamanho, ele pode ser facilmente engolido pelos animais marinhos, uma tartaruga, um peixe, de qualquer tamanho, né? E ele tende a colapsar o organismo, né? Porque ele não consegue ser digerido. Então, normalmente, um animal que ingere um material desse, ele provavelmente vai morrer.”

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A gerente de Monitoramento da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), Liliane Guedes, confirmou que o mesmo material foi identificado também em Aquiraz. Em resposta imediata, foi marcada uma reunião de emergência com diversos órgãos ambientais e de fiscalização. “Em caráter de urgência, nós marcamos uma reunião que ocorrerá amanhã pela manhã envolvendo a CEMA, a CEMASI, o IBAMA, a Marinha e a Defesa Civil para saber quais as providências serão tomadas no intuito de mitigar essa questão ambiental. Vamos entrar em contato com as prefeituras para que as prefeituras possam fazer a coleta desse material, desse óleo, nas praias, e a Semace entra no momento do recolhimento. A gente vai, recolhe, porque a prefeitura coletou in loco, e a gente faz o destino adequado, que no caso é para incineração.”

As amostras recolhidas já estão sendo analisadas pelo Labomar, que busca identificar com precisão a origem do material. A expectativa é de que, com o envolvimento conjunto das instituições e a atuação rápida das prefeituras, o impacto ambiental possa ser minimizado e novas ocorrências prevenidas.

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