A maioria dos brasileiros considera justa a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (25). De acordo com o levantamento, 55% dos entrevistados avaliaram a medida como justa, enquanto 39% a consideram injusta, e 6% não souberam ou não responderam. A pesquisa foi realizada com 2.004 pessoas entre 13 e 17 de agosto e tem margem de erro de 2 pontos percentuais.
A prisão domiciliar foi decretada em 4 de agosto, após Bolsonaro descumprir medidas cautelares impostas, como a proibição de usar redes sociais para contato com seus apoiadores. Um dos motivadores da prisão foi a participação do ex-presidente em uma chamada de vídeo durante atos bolsonaristas no dia 3 de agosto, considerada pelo ministro Moraes como provocação. Sobre essa ação, 57% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro quis provocar Moraes de propósito, enquanto 30% acham que ele não compreendeu bem as regras impostas.
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No resultado da pesquisa, 84% dos brasileiros já sabiam da prisão domiciliar de Bolsonaro, e 52% acreditam que ele participou do plano de tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra 36% que negam essa participação. O conhecimento sobre o julgamento de Bolsonaro no STF também aumentou, chegando a 86% dos entrevistados que afirmam estar cientes desse processo, marcado para iniciar em 2 de setembro.
A aceitação da prisão domiciliar é maior entre pessoas que se definem como de esquerda, eleitores de Lula, moradores do Nordeste, mulheres e jovens, enquanto a desaprovação predomina entre bolsonaristas, eleitores do ex-presidente e evangélicos.
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Defesa
A defesa de Bolsonaro afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não descumpriu as medidas cautelares estabelecidas pelo ministro Alexandre de Moraes e sustenta que o relatório da Polícia Federal é uma “peça política”. “O relatório da Polícia Federal causa espanto. Encaixa-se como uma peça política, com o objetivo de desmoralizar um ex-presidente da República (que, quer queiram as autoridades policiais ou não, ainda é um líder político), expondo sua vida privada e acusando-o de fatos tão graves quanto descabidos. Parece incrível, mas boa parte do relatório dedica-se a um disse-me-disse sem qualquer relevância para a investigação”, escreveu o advogado Celso Vilardi.
A defesa critica a divulgação de diálogos de Bolsonaro com o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e os relatórios sobre suas movimentações financeiras. O documento dos advogados ainda diz que há um “vazio de indícios” em mensagens citadas pela PF. Em um desses documentos, a PF apontou que o ex-presidente recebeu R$ 30 milhões em um período de um ano entre 2023 e 2024, dentre outras transações.
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