Companhia surfa o bom momento para os mercados de aves e suínos no Brasil e no mundo. A BRF reportou lucro líquido de R$ 1,12 bilhão no primeiro trimestre deste ano, aumento de 122,7% comparado ao mesmo período de 2024, conforme balanço divulgado ontem. A companhia surfa o bom momento para os mercados de aves e suínos no Brasil e no mundo.
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O desempenho da BRF foi responsável por manter no azul os resultados de sua controladora, Marfrig, no trimestre. O lucro líquido da Marfrig cresceu 40,3%, para R$ 88 milhões, embora o avanço tenha sido limitado pelas adversidades na operação América do Norte.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado consolidado da BRF alcançou R$ 2,8 bilhões no período de janeiro a março, avanço de 30% na comparação com igual período do ano passado e um recorde para o período. A margem atingiu 7,6% comparada a 4,4% no mesmo período do ano passado.
A receita líquida, por sua vez, alcançou R$ 15,5 bilhões, um aumento de 16% na mesma comparação, enquanto a alavancagem caiu de 1,4 vez para 0,54 vez, a menor da história da companhia com uma dívida líquida total de R$ 5,9 bilhões.
Segundo a BRF, “o segmento internacional sustentou patamares saudáveis de rentabilidade e crescimento de volume impulsionado pela consolidação de nossa estratégia de diversificação de mercados”.
Ao todo, a companhia conquistou 12 novas habilitações no último trimestre, somando 187 desde 2022. No Brasil, a empresa registrou um Ebitda de R$ 1,3 bilhão, crescimento de 36,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2024, resultando numa margem de 17,1%, avanço de dois pontos percentuais na comparação com o ano anterior.
A BRF destacou a performance de produtos processados, cujo crescimento de volume de vendas foi de 16% no período, acima dos 7,7% registrados no cômputo de vendas realizadas no trimestre. Ao todo, foram 1,24 milhão de toneladas vendidas — um ano antes, havia sido 1,15 milhão de toneladas.
“Os números expressivos do primeiro trimestre mostram que a gestão eficiente possibilitou melhorar o desempenho de forma contínua, com maior ocupação dos ativos atuais, nos permitindo criar as bases para crescer de maneira sustentável, sempre com disciplina financeira e foco em geração de valor”, afirmou Miguel Gularte, CEO da BRF, em comunicado.
Na Marfrig, o Ebitda ajustado cresceu 20,8% no primeiro trimestre, para R$ 3,19 bilhões, enquanto a receita líquida avançou 27% para R$ 38,56 bilhões.
“De maneira geral, a demanda por carne bovina continua forte e com preços mais altos. Para o restante de 2025, a oferta menor de bovinos levará a uma redução na utilização da capacidade de produção em toda a indústria”, disse em nota diz Tim Klein, CEO da operação América do Norte da Marfrig.
A operação de carne bovina na América do Norte, representada pela National Beef, foi o ponto negativo do balanço da Marfrig. O Ebitda ajustado da unidade americana caiu 89,7% para US$ 6 milhões, apesar de a receita ter crescido 15,4% para US$ 3,26 bilhões. A região segue prejudicada pela baixa oferta de gado e custos altos de matéria-prima.
“Estamos observando sinais encorajadores, com os números de liquidação de vacas em queda e mais novilhas sendo retidas”, acrescentou o executivo.
Na Operação América do Sul, que contempla os negócios de carne bovina na região, o Ebitda ajustado cresceu 56,2% para R$ 456 milhões. A receita avançou 35,2% para R$ 4,08 bilhões.
O crescimento é explicado, principalmente, pela adição de capacidade de abate e desossa, que ainda não atingiu seu potencial máximo, aliado À otimização nos complexos industriais da companhia. “Mesmo com o custo mais alto da matéria-prima em todas as regiões, a performance mostra que o modelo e negócio da Marfrig está na direção correta”, disse Rui Mendonça, CEO da operação América do Sul da Marfrig.