Com operação própria na Hidrovia Tietê-Paraná desde 2005, a Louis Dreyfus Company (LDC) tem unidades em ambos os extremos da hidrovia: em São Simão (GO), ponto de origem das cargas, e em Pederneiras (SP), onde o transbordo é feito para o modal ferroviário com destino ao Porto de Santos.
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Segundo João Paiva, executivo da LDC responsável pela operação, a hidrovia é uma das alternativas logísticas da companhia e ajuda a garantir maior flexibilidade nas rotas de escoamento de grãos. “Não quer dizer que ela é sempre a mais favorável, mas nos dá uma opção logística”, afirma.
Além disso, ao se conectar à ferrovia em Pederneiras, o sistema intermodal permite que a empresa aumente o uso da malha ferroviária e reduza a dependência do transporte rodoviário, especialmente nos acessos ao Porto de Santos, que costumam ser sobrecarregados.
A operação é feita exclusivamente com carga própria da LDC — soja e milho produzidos em regiões como Água Boa e Canarana (MT), e no entorno de São Simão (GO). Um comboio típico, com quatro barcaças, transporta cerca de 5 mil toneladas, o equivalente a 150 caminhões.
A estrutura da Louis Dreyfus em São Simão conta com dois tombadores de 30 metros, dois secadores com capacidade de 125 toneladas por hora, armazém horizontal com capacidade estática de 43 mil toneladas, silo pulmão de 3 mil toneladas e sistemas de pré-limpeza e carregamento das barcaças.
Desde 2021, a companhia também adotou silos bolsa como solução complementar, especialmente para o pico da safra, com capacidade adicional de 60 mil toneladas. “É uma solução interessante, mas exige manejo de qualidade porque o grão é um organismo vivo”, afirma o executivo. Para isso, a empresa investiu em sistemas automatizados de monitoramento de CO2 e geração de ar para conservação dos produtos.
A LDC opera com frota própria na hidrovia, mas também mantém parcerias com outras empresas para o uso de barcaças e empurradores, incluindo operações casadas com carga líquida — como combustíveis e fertilizantes — no retorno de Pederneiras a São Simão.