
A holding da distribuidora de insumos agrícolas Lavoro anunciou que obteve o apoio da maioria dos credores fornecedores ao seu plano de reestruturação extrajudicial, que envolve aproximadamente R$ 2,5 bilhões em contas a pagar.
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O plano, protocolado em 18 de junho de 2025 no Tribunal de Recuperação Judicial de São Paulo, aplica-se à Lavoro no Brasil e à sua subsidiária Perterra, integrante da unidade de proteção de cultivos. que importa agroquímicos da China e revende ao negócio de distribuição no país. Ficaram de fora o negócio da Lavoro de Crop Care e a Lavoro Latam, que atua na América Latina.
Na ocasião, a companhia afirmou que já havia acertado a repactuação de sua dívida com fornecedores que representam entre 36% e 40% do passivo. Desde então, outros fornecedores aderiram formalmente ao plano, incluindo Adama Brasil, UPL Brasil, FMC Agrícola, BASF, Ourofino, EuroChem, entre outros, segundo comunicado da empresa, ultrapassando os 50% necessários.
A proposta prevê o alongamento das dívidas com fornecedores em um prazo de dois a cinco anos, com pagamentos semestrais, com correção pelo IPCA. Segundo a companhia, o formato tem o objetivo de garantir a continuidade no abastecimento de produtos e ampliar a flexibilidade financeira da empresa.
No segundo trimestre do exercício de 2025 (de outubro a dezembro de 2024), a receita consolidada da companhia caiu 27% em relação ao mesmo período de 2024, somando R$ 2,25 bilhões. O lucro bruto, por sua vez, apresentou queda de 28%, totalizando R$ 366,9 milhões.
Em fevereiro de 2025 a Lavoro fechou 70 lojas no Brasil, cerca de um terço de todas as lojas que a empresa detinha na América Latina. Em junho de 2024, a companhia possuía 223 lojas físicas na América Latina, das quais 187 eram no Brasil.