
O fenômeno La Niña deve ser de curta duração e fraca intensidade. Ainda assim, pode impactar diretamente a colheita da soja no Brasil com o risco de invernadas no Cerrado no início de 2026, destaca Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima.
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Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e o Matopiba (região que engloba partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) devem encarar um janeiro e fevereiro “extremamente chuvosos”, com chances de invernadas, condição climática caracterizada por chuvas prolongadas, volumosas e abrangentes, que reduzem a radiação solar.
Santos destaca que a previsão coincide com a época de colheita, o que pode levar problemas para os agricultores das regiões entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira quinzena de fevereiro. “Pode atrapalhar a colheita da soja e o plantio da segunda safra também”, completa. Segundo o especialista, as condições apontam que em março e abril a chuva já deve perder força.
O La Niña, ativo desde o dia 9 de outubro, ainda não apresenta condições correlatas, já que as chuvas estão regulares no Sul, Sudeste e até Centro-Oeste, enquanto no Matopiba, ainda não há volumes satisfatórios para o plantio da nova safra de soja.
“No Matopiba, a chuva só começa após o dia 10 de novembro. Podem ocorrer chuvas esporádicas, mas chuvas regulares somente daqui a um mês”.
Os modelos analisados pelo agrometeorologista indicam que novembro terá chuvas regulares no Brasil – com exceção do Matopiba. Já em dezembro, esperam-se períodos secos no Rio Grande do Sul, oeste do Paraná e extremo sul de Mato Grosso do Sul, condição normal durante o La Niña. “Em janeiro volta a chover bem em toda a região Sul”, diz Santos.