O Tribunal de Justiça do Maranhão deferiu o pedido de recuperação judicial do Grupo Safras Evolução, que atua com plantio, comércio e transporte de grãos e agropecuária. O grupo, que tem operações em Minas Gerais, Goiás, Maranhão e Bahia, busca renegociar na Justiça dívidas de R$ 140 milhões.
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A Safras Evolução tem como sócios os produtores André de Araújo Silva, Karla Kariny Alves dos Santos e Edenilson Lourenço Leite. Além dos sócios, integram o grupo as empresas Safras Evolução Ltda, Safras Agro Evolução Ltda, Adas Safras Industrial e Comércio Ltda e Brasília Transportes Ltda.
O pedido de recuperação judicial engloba dívidas com 218 credores. As dívidas trabalhistas somam R$ 576 mil. A maior parte da dívida está com os credores com garantia real, somando R$ 103,6 milhões.
Outros R$ 35,4 milhões estão com credores quirografários. E, por fim, as dívidas com pequenos e médios fornecedores e prestadores de serviços somam R$ 469,4 mil.
Entre os maiores credores estão Banco do Brasil (R$ 59,2 milhões), Banco CNH Industrial Capital (R$ 27,7 milhões), Banco Paccar (R$ 8,5 milhões), Banco John Deere (R$ 2,4 milhões) e Santander Brasil ADM Consórcio (R$ 1,9 milhão).
O pedido foi feito à justiça em agosto do ano passado, mas por conta de uma medida cautelar concedida em setembro, o processo ficou parado por quase um ano.
O advogado Jean Cioffi, CEO da JRCLaw, que assessora a Safras Evolução, disse que o grupo começou a problemas em 2022, após a quebra de três grandes contratos de transporte de grãos. O grupo também enfrentou perdas com caminhões acidentados e roubos de cargas.
Os problemas financeiros se agravaram com o aumento nos custos operacionais e quedas bruscas nos preços da commodities agrícolas.
No pedido de recuperação judicial, o grupo cita que o preço da saca de soja saiu de R$ 190 na safra 2022/23 para R$ 120 na safra 2023/24. A saca do milho baixou de R$ 100 para R$ 35 no mesmo período. A arroba do boi, por sua vez, recuou de R$ 352 em março de 2022 para R$ 175 em setembro de 2023.
Além da queda nos preços, o grupo teve perdas com quebras de safra na safra 2023/24. “Tudo isso comprometeu a saúde financeira do grupo, que tentou renegociar as dívidas antes de recorrer à recuperação judicial, mas não teve sucesso. Diante do agravamento da situação, não restou alternativa a não ser entrar com o pedido na justiça”, afirmou Cioffi.
O Grupo Safras Evolução terá 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial aos credores, para aprovação em assembleia.
“Sabemos o quanto essa operação representa para a economia regional e para os trabalhadores que dependem dela. Nosso compromisso é entregar uma reestruturação consistente, que possibilite ao grupo retomar o crescimento com segurança”, disse Carlos Manzoti, advogado da JCRLaw.
A Quist Investimentos assessora o grupo na parte financeira. Douglas Duek da Quist Investimentos disse que o momento é de negociação com todos os credores de modo transparente e responsável.