
A família da mineira Grasiela Machado de Souza, de 29 anos, não tem raízes no agro. O pai dela é motorista, e a mãe, dona de casa. A jovem dava aulas de violão e inglês, fazia artesanato, trabalhava como copywriter. Até que, quase por acaso, entrou como estagiária em um escritório da Sonhagro, franquia que atua com soluções financeiras para o campo.
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No início, a função era burocrática: arquivar documentos. Em Divino, cidade do oeste de Minas Gerais onde nasceu e cresceu, ela começou a se interessar pelo que os colegas faziam e a aprender sobre crédito rural.
Depois de quase quatro meses de estágio, foi efetivada, atuou em diferentes áreas e percebeu que era capacitada para conduzir a própria franquia. Em setembro, completou três anos de trabalho na empresa e dois meses como franqueada.
O café é a principal cultura na região, mas Grasiela também atende produtores de outras atividades. O trabalho vai além do crédito e envolve consórcios, seguros e outros serviços, ajustados à realidade de cada cliente. “Muitos produtores chegam pedindo uma coisa, mas, quando a gente escuta com atenção, percebe que precisam de outra. O importante é entregar uma solução de verdade, que faça sentido para a vida deles”, diz.
A jovem lembra com carinho de histórias que já testemunhou. Uma das mais marcantes é a de um produtor de 18 anos, herdeiro de apenas um hectare de café. Após ouvir de outra instituição que não teria chance de conseguir financiamento, quase desistiu do sonho de ampliar o cultivo. Ela, então, revisou a papelada, conseguiu liberar os recursos e viu o plantio crescer para 6 hectares. “Ele me manda fotos da lavoura até hoje”, conta. “Esse tipo de coisa me emociona.”
Grasiela divide a rotina entre visitas a propriedades, reuniões no escritório e planos para o futuro. Após crescer rapidamente como franqueada, ela já prevê abrir uma nova loja e ampliar a equipe. A meta é clara: fechar 2025 com meio milhão de reais em faturamento e mais condições para transformar a vida de quem vive no campo.