
No pequeno município de Ibiraiaras, na região nordeste do Rio Grande do Sul, a rotina do jovem Fabrício Daros, de 16 anos, já envolve ajudar a família na produção de leite. “Cada um fica com uma tarefa. Meu pai trabalha mais com a alimentação dos animais, minha mãe tira o leite, e eu colaboro nas lavouras e faço a limpeza dos estábulos”, conta.
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O apoio dos pais é um incentivo para que Fabrício queira permanecer na atividade rural, um desejo que é diferente do da maioria dos jovens da sua região. “Muitos querem sair, acham o trabalho muito estressante. Mas eu tenho sorte de, na minha família, escutarem minhas ideias e me incentivarem”, relata.
A propriedade da família, de 45 hectares, é voltada para a produção de leite e o plantio de lavouras para silagem. Com um rebanho de cerca de 80 animais — dos quais 40 em lactação —, a família produz em torno de 1.400 litros de leite por dia, que são vendidos para a cooperativa Coasa.
Cursando o ensino médio, Fabrício pensa em seguir para o curso técnico em agropecuária na sede de Sertão (RS) do Instituto Federal do Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo, já investe em sua qualificação fora das salas de aula. O jovem integra o programa Gestores do Futuro, da cooperativa CCGL.
A iniciativa, que é voltada para sucessores rurais, oferece ferramentas de gerenciamento e aprimoramento da produtividade e da sustentabilidade nas propriedades leiteiras. “Eu penso em ficar no campo. A minha ideia é aumentar a produção e ser um grande pecuarista no ramo de leite”, afirma.