O Brasil tem hoje condições de esmagar mais de 100 milhões de toneladas de soja e produzir óleo suficiente para atender à mistura de 20% de biodiesel no diesel (B20). “O Brasil se quiser pode fazer hoje o B20. Tem soja e tem indústria. O questão é a destinação do volume adicional de farelo sem derrubar os preços da commodity”, disse Daniel Furlan Amaral, diretor de economia e assuntos regulatórios da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). No esmagamento da soja, cerca de 20% é convertido em óleo de 80% em farelo.
Initial plugin text
Ele observou que o setor tem já anunciados R$ 53 bilhões em investimentos para 37 novas esmagadoras de soja e 27 usinas de biodiesel. A Abiove estima um aumento na produção de biodiesel de soja de 7,1 mihões de metros cúbicos em 2025 para 16 milhões de metros cúbicos em 2035, e aumento no esmagamento de soja para biodiesel de 30 milhões de toneladas para 54 milhões de toneladas em dez anos.
Somam-se à demanda para biodiesel a busca do óleo de soja para a produção de outros biocombustíveis, como o combustível sustentável de aviação (SAF) e o “bunker”, combustível para navios.
André Bello Oliveira, gerente de pesquisa, desenvolvimento e inovação de produtos sustentáveis da Petrobras, observou que os projetos já anunciados de plantas de produção de SAF no Brasil vão demandar um volume de óleo equivalente a 35% da produção de óleo de soja no país. A Petrobras já desenvolve um bunker com 24% de porcentagem de biodiesel.
Bello observou que a demanda desses dois segmentos soma centenas de milhões de toneladas de biodiesel.
*A Embrapa Soja forneceu a hospedagem da jornalista.