Hemoce se torna 1º hemocentro do Brasil a integrar rede global de doação de sangue raro

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) se tornou o primeiro hemocentro do Brasil a integrar o Registro Internacional de Sangue Raro, o que significa que doações desse tipo de sangue feitas no Ceará poderão chegar a pessoas de várias partes do mundo. A inclusão na rede global é resultado de um trabalho de identificação e acompanhamento de doadores com fenótipos raros.

Essa categorização de “sangue raro” vai para além das tipificações usuais de A, B, AB e O. “Nós temos aproximadamente 400 pecinhas no glóbulo vermelho diferentes, e A, B, O e fator Rh é uma parte dessas pecinhas, mas quando a gente tem uma pecinha que deveria estar presente em quase toda a população faltando naquele indivíduo, a gente chama de sangue raro. Então a cada mil pessoas, menos do que uma tem aquele tipo específico de sangue”, explica Denise Brunetta, diretora técnica do Hemoce.

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William Avelino, doador há mais de 20 anos, descobriu ser portador de um tipo raro de sangue durante uma doação rotineira. “Eles me pediram para me retornar ao Hemoce, fazer novos testes, novos exames e aí foi realmente confirmado isso. Eu fiquei feliz, fiquei grato, porque além de ajudar as pessoas do estado do Ceará, a gente pode ajudar pessoas que a gente não conhece e ir mais distante”, pontua.

A identificação de doadores raros pode ocorrer tanto de forma planejada, por meio de testes avançados, quanto de maneira inesperada, após transfusões ou gestações. No Ceará, cerca de 700 doadores já foram identificados com fenótipos raros, e o Hemoce mantém um banco de dados atualizado para acionar esses doadores sempre que necessário. O hemocentro é responsável por aproximadamente 50% do envio de bolsas de sangue raro em todo o Brasil.

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A diretora técnica do Hemoce ressalta a importância da participação na rede internacional: “A gente entende que o Hemoce estando lá vai ter maior possibilidade de conseguir doadores para algum paciente raro, tanto aqui no Ceará quanto no Brasil, quanto a algum serviço que precisar no mundo de algum doador raro que o Hemoce e o Ceará tem.”

Para se tornar doador, é necessário ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 quilos, estar em boas condições de saúde e apresentar documento oficial com foto. O processo inclui uma entrevista clínica, avaliação dos sinais vitais e exame para detectar possíveis anemias.

O motorista Gildasion Costa também descobriu ser doador raro durante uma doação de rotina. “Depois que foi descoberto acho que já fiz umas quatro doações, mais ou menos. Você se sente bem, né? Porque está ajudando uma pessoa.”

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