
Gilberto Tomazoni participou do Summit Brazil USA, promovido pelo Valor em Nova York O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, defendeu que o comércio internacional de alimentos e a segurança alimentar sejam preservados em meio à guerra comercial entre Estados Unidos e China. Durante participação no Summit Brazil USA, promovido pelo Valor em Nova York, nesta quarta-feira (14/5), o executivo ainda afirmou que o Brasil e EUA estão diante de uma oportunidade de alinhamento, que pode favorecer a produção de commodities agrícolas e biocombustíveis.
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“Não podemos deixar com que a guerra tarifária iniba as exportações de alimentos. Não podemos deixar com que as questões tarifárias inibam o combate à fome”, disse o executivo.
Para o CEO da JBS, a postura do Brasil está correta em manter a neutralidade nas relações diplomáticas, mas há também uma oportunidade para que os brasileiros busquem um alinhamento maior com os americanos.
“São os dois maiores produtores de proteína, de grãos. Tinham que se alinhar para desenvolver [produtos]”, sugeriu Tomazoni.
De um lado, o Brasil consegue colher até três safras no mesmo ano por meio do plantio direto. Do outro, os EUA são exemplo em infraestrutura e logística. O executivo também vê potencial para sinergias no setor de biocombustíveis entre os dois países.
“Os EUA têm grande aprendizado que podemos copiar. O Brasil pode tomar a iniciativa de propor essa agenda positiva”, enfatizou.
Em relação às principais diferenças de gestão entre americanos e brasileiros, Tomazoni ressaltou o pragmatismo dos EUA como uma vantagem e a criatividade do Brasil na solução de problemas.
Estes dois fatores considerados complementares também podem resultar em parcerias importantes. Por esse motivo, o CEO acredita que é relevante que a empresa esteja presente nos dois países. “Gostamos de estar no Brasil, mas gostamos de estar nos EUA também”, acrescentou.
Além de atuar no Brasil e EUA, a JBS conta com uma plataforma global de operações em outros países e diversificação de produção de proteínas de origem animal. Este modelo ajuda a mitigar os impactos de desafios como a guerra tarifária que está em curso.
“Vejo essa questão de tarifas mais como oportunidade do que como desafio para a nossa plataforma”, disse o executivo. “[Se] você não pode acessar um mercado dos EUA, acessamos da Austrália ou do Brasil”, exemplificou.
Tomazoni admite que as operações da JBS nos EUA terão impacto vindo da guerra comercial, mas considera que o efeito será pequeno.