
Além de representar uma ameaça à saúde animal, o vírus gera uma preocupação crescente pelo seu potencial de transmissão, destacou a entidade A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) disse neste sábado (17/5), que o primeiro foco de gripe aviária em um plantel comercial de aves em uma granja no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, marca uma nova etapa na presença do vírus no Brasil. O país, até então, havia registrado a doença em aves silvestres e de criação caseira.
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Em comunicado, a FAO ressaltou que além de representar uma ameaça à saúde animal, o vírus gera uma preocupação crescente pelo seu potencial de transmissão de aves vivas para seres humanos e pelos seus impactos nos sistemas alimentares, na biodiversidade e na saúde pública.
Apesar do alerta, o representante da FAO no Brasil, Jorge Meza, ressaltou a mensagem já propaganda por representantes do governo e do setor produtivo, de que o consumo de carne de ave e ovos continua sendo seguro, especialmente quando bem cozidos, e que o risco de infecção humana permanece baixo.
“Os avanços recentes da gripe aviária reforçam a urgência de fortalecer os sistemas nacionais de vigilância, biossegurança e resposta rápida, com atenção especial aos pequenos e médios produtores. É importante adotar a abordagem de ‘Uma só saúde’, que considera de forma integrada as interações entre animais, seres humanos e o meio ambiente, o que pode ajudar a conter a propagação do vírus”, afirmou Meza, no comunicado.
A FAO destacou a colaboração no combate há mais de 440 surtos de doenças transfronteiriças, incluindo a gripe aviária, em mais de 50 países. Esse trabalho continua em coordenação com os governos da região, por meio de investimentos em capacitação veterinária, sistemas de alerta precoce e articulação intersetorial.
No comunicado, a entidade frisou que é fundamental um trabalho coordenado entre todos os países da América do Sul para conter a propagação do surto ao longo do continente.
“Somente por meio de uma ação conjunta e contínua será possível proteger a saúde animal, salvaguardar a saúde pública e fortalecer a resiliência dos sistemas agroalimentares”, pontuou a entidade.
Desde 2022, mais de 4.700 surtos de gripe aviária altamente patogênica foram notificados na América Latina e no Caribe, afetando aves de criação, aves migratórias, mamíferos marinhos e até animais de estimação.