
Com uma oferta relativamente confortável, os grãos negociados na bolsa de Chicago tentam se afastar da tendência de queda após ajustes técnicos. A soja negociada no mercado futuro internacional registrou alta de 0,22% nesta quarta-feira (20/8), para US$ 10,36 o bushel.
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“Apesar de algumas questões de clima ainda estarem em aberto, o mercado já dá como certa a confirmação do tamanho da safra americana, mesmo que ela seja menor que o esperado”, afirma Leonardo Martini, analista em gestão de risco da StoneX.
De acordo com ele, outro fator importante para explicar a tendência de queda para a soja está na demanda pelo grão dos Estados Unidos.
“A China segue sem comprar nenhum navio de soja dos EUA para a nova safra [2025/26] e se mantém extremamente focada nas negociações com o Brasil, que esse ano tem produto sobrando e deve exportar até dezembro”, destaca.
Em meio à reclamação de produtores americanos, de que a China trocou os EUA pelo Brasil para comprar soja, Martini lembra que, neste momento, a soja só deve subir caso americanos e chineses costurem um acordo comercial.
Milho
O milho também subiu na bolsa pautado por ajustes técnicos. Os lotes para dezembro tiveram alta de 0,19%, a US$ 4,04 o bushel.
Pressionado por uma oferta abundante que vem dos EUA – que deve alcançar 425 milhões de toneladas – o valor do milho em Chicago pode até cair para próximo dos US$ 3,80 no curto prazo, segundo Leonardo Martini, da StoneX.
“Com esse tamanho de safra, os EUA se tornam uma origem muito barata. Aliado a isso, nós tivemos uma boa produção no Brasil e na Argentina. Temos uma oferta monstruosa, que deixa o comprador em uma posição muito confortável”, diz o analista.
Ainda segundo ele, “para esse quadro [de queda nos preços] muda somente com a China ‘adormecida’ nas compras vier para o mercado com uma demanda na casa das 5 milhões ou 10 milhões de toneladas”, acrescenta.
Trigo
Um ajuste técnico interrompeu a trajetória de queda para o trigo na bolsa de Chicago. Os papéis para dezembro fecharam em alta de 1,34%, para US$ 5,2825 o bushel.
Os preços buscaram um “respiro” após as baixas recentes motivadas pelo avanço da colheita nos EUA. Mas os futuros podem voltar a ceder em breve, já que as perspectivas de oferta seguem favoráveis em grandes regiões produtoras.
Na Rússia, maior exportador mundial de trigo, a consultoria SovEcon elevou sua estimativa para a produção no país, de 85,20 milhões para 85,40 milhões de toneladas.