A Flow Gestora de Crédito, que pertence ao grupo Flowinvest, afirmou em nota que a liquidação do fundo Bravano FIDC não beneficiou os sócios minoritários do Grupo Safras. A Flow Gestora de Crédito é uma das maiores credoras do Grupo Safras, com créditos de R$ 98,8 milhões.
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A Flow Gestora de Crédito é uma das principais cotistas do fundo Bravano FIDC. Os fundadores do Grupo Safras e atualmente acionistas minoritários do conglomerado também têm participação no fundo. De acordo com documentos enviados à Justiça de Mato Grosso, Pedro de Moraes Filho e Dilceu Rossato declararam à Receita Federal que têm participações de R$ 25 milhões e R$ 25,13 milhões, respectivamente, no Bravano FIDC.
O Grupo Safras entrou em recuperação judicial em abril deste ano, com dívidas de R$ 2,2 bilhões, e em maio o processo foi suspenso pela justiça por suspeitas de fraudes. Após a suspensão da recuperação judicial, a Flow Gestora de Crédito pediu a liquidação do fundo devido ao não pagamento do Grupo Safras.
A gestora foi escolhida em 2022/23 para estruturar o fundo, com o objetivo de melhorar a estrutura de capital e o fluxo de caixa do Grupo Safras. “A liquidação do Bravano FIDC ocorreu devido ao inadimplemento dos créditos, o que gerou um ‘evento de liquidez’ e resultou na liquidação do fundo por questões regulatórias do fundo”, afirmou a Flow Gestora de Crédito em nota.
A liquidação do fundo, segundo a gestora, foi feita para proteger os investidores, “com pagamento exclusivo aos cotistas seniores e mezanino, sem qualquer benefício aos antigos controladores do Grupo Safras ou cotistas juniores, desfazendo alegações de benefício indevido”, afirmou.
Credores do Grupo Safras acusam os seus fundadores de cometer fraudes e esconder o patrimônio do conglomerado. A participação dos sócios minoritários em um fundo credor do Safras foi apontado por credores na ação como conflito de interesses.
A Flow Gestora de Crédito acrescentou em nota que adotou as medidas judiciais cabíveis para proteger os interesses dos investidores. A gestora afirmou ainda que a opção de compra de participação societária do Grupo Safras, firmada com os fundos Axioma FIP e Alcateia FIP, não foi exercida pela Flow Gestora nem pelos FIPs. A opção de compra foi cedida à Agri Brazil, “mantendo a atuação da Flow Gestora e do Bravano FIDC dentro da mais estrita legalidade e transparência”.
O fundo Agri Brazil Special Situations realizou a opção de compra de 60% do capital do Grupo Safras em julho. A opção de compra foi repassada dos fundos Axioma, Alcateia e os fundos da Flow para o Agri Brasil, pertencente à AM Agro.
Nova decisão
Nessa quinta-feira (11/9), a juíza Paula Saide Biagi Messen Mussi Casagrande, da 1ª Vara Cível de Sorriso (MT), autorizou o arresto de bens do Grupo Safras e dos sócios para quitar uma dívida do grupo com a G10 Transportes, no valor de R$ 1,1 milhão.
A juíza incluiu no polo de devedores os sócios Pedro de Moraes Filho, Dilceu Rossato, Cátia Regina Randon e Stella Mari Bonatto – as duas ex-esposas dos sócios, consideradas sócias ocultas no grupo. Os filhos de Rossato, Caroline e Luiz Eduardo, também foram incluídos no polo passivo.
A juíza autorizou a venda da Fazenda Agropecuária MD, em Feliz Natal (MT), de um lote no mesmo município, da Fazenda Carol ou Rio Mel, em Sorriso (MT), e da propriedade usada como sede das empresas do grupo. A sequência do arresto pode ser alterada de acordo com pedido apresentado pelo executor da dívida.