Endereços ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram alvo de operação da PF realizada na manhã desta sexta-feira (18). As buscas ocorreram na residência oficial de Bolsonaro e também em imóveis relacionados ao Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente. Ao saber da operação, os filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL) e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), criticaram a decisão nas redes sociais.
Flávio publicou um texto extenso no X, antigo Twitter, onde ele fala sobre humilhação ao pai, cita Nelson Mandela e diz que há “um tipo de inquisição” contra o ex-presidente. “A proposital humilhação deixará cicatrizes nas nossas almas, mas servirão de motivação para continuarmos lutando pelo nosso Brasil livre de déspotas”, disse o senador nas redes sociais.
Já Eduardo Bolsonaro fez um texto em inglês no qual ele critica o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e lista as medidas que foram determinadas contra Jair Bolsonaro, incluindo a de que o ex-presidente não pode conversar com ele e com o irmão Carlos Bolsonaro.
No despacho feito por Moraes, o ministro listou os crimes pelos quais Eduardo e o pai são investigados: coação no curso do processo; obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa; e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Eduardo também é acusado de reiteradamente e publicamente buscar a imposição de sanções pelo governo dos Estados Unidos contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF), da PGR e da Polícia Federal (PF), alegando perseguição política. Em março de 2025, o deputado federal anunciou que se licenciaria do mandato na Câmara para permanecer nos Estados Unidos, onde buscaria sanções contra o ministro Alexandre de Moraes.
Saiba os detalhes da operação da PF contra Bolsonaro
Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação que incluiu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Bolsonaro, incluindo sua residência em Brasília e imóveis vinculados ao Partido Liberal (PL).
Durante a operação, Bolsonaro foi informado que terá que cumprir medidas restritivas determinadas pela Justiça, entre elas a utilização de tornozeleira eletrônica, para evitar riscos de fuga do país, e a restrição ao uso de redes sociais, para impedir que Bolsonaro utilize esses canais para influenciar nas investigações em curso e para potencialmente incitar atos que motivaram as medidas judiciais.
Além das restrições digitais, a decisão judicial impede que o ex-presidente se comunique com diplomatas estrangeiros e o obriga a cumprir recolhimento domiciliar em horário determinado.
Após as buscas na casa do ex-presidente, agentes seguiram para a sede do PL para cumprir os mandados. Bolsonaro já havia deixado a residência no momento da ação policial. A Polícia Federal e o STF não divulgaram detalhes específicos sobre o objeto da investigação até o momento.
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