
O Brasil reduziu suas exportações de açúcar para os Estados Unidos em mais de 80% desde que o governo de Donald Trump passou a aplicar as tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros, em 6 de agosto.
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Em setembro, o volume de açúcar exportado para os portos americanos foi de 21,1 mil toneladas, uma queda de 84,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em receita, essas exportações recuaram 77,3%, para US$ 14,9 milhões. Os dados do mês passado foram divulgados hoje (6/10) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Somando os embarques de agosto e setembro, período já afetado pelo tarifaço, o Brasil exportou 88,1% menos açúcar para os Estados Unidos do que no mesmo período do ano passado, somando 29,6 mil toneladas. Já as receitas com essas exportações tiveram queda de 82,3%, para US$ 21,3 milhões.
Nesta segunda (6/10), após meses de negociações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com Trump. Segundo comunicado divulgado pela Secretaria de Comunicação Social (Secom), Lula aproveitou a conversa, que durou cerca de 30 minutos, para pedir que a Casa Branca volte atrás tanto na aplicação da sobretaxa imposta a produtos nacionais como também nas medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.
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As exportações brasileiras de açúcar aos EUA são feitas basicamente pelas usinas do Nordeste e do Norte, que usufruem de uma cota especial isenta da tarifa que os americanos aplicam às importações de açúcar. Fora isso, também exportam aos EUA os produtores de açúcar orgânico do Centro-Sul, que têm no mercado americano seu principal cliente.
Antes do tarifaço, as exportações brasileiras para o mercado americano já estavam mais fracas, mas a queda ainda era menos acentuada.
Entre janeiro e junho, o Brasil exportou aos Estados Unidos um volume 52,5% menor do que no mesmo período de 2024, totalizando 248,3 mil toneladas. As receitas do período foram de US$ 139,6 milhões, baixa de 51,7%.