As exportações brasileiras de soja, farelo de soja, milho e trigo devem fechar 2025 acima do resultado de 2024, segundo o relatório semanal da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), elaborado em conjunto com a Cargonave a partir da programação de embarques. A estimativa é que o país termine o ano com algo entre 176,3 e 177,1 milhões de toneladas somando os quatro produtos, o que representa uma alta de cerca de 10% em relação a 2024, quando o total foi de 160,6 milhões de toneladas.
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O desempenho é puxado principalmente pela soja em grão. A projeção para 2025 é de 109,2 milhões de toneladas, acima das 97,3 milhões registradas em 2024. O farelo de soja também cresce, mas de forma mais moderada, passando de 22,84 milhões para 23,30 milhões de toneladas. No caso do milho, o avanço aparece com mais força na reta final do ano: as exportações devem ficar entre 41,46 milhões e 42,30 milhões de toneladas em 2025, ante 37,83 milhões no ano anterior. O trigo, por outro lado, é o único item com recuo, caindo de 2,58 milhões para 2,32 milhões de toneladas.
A fotografia mais recente do relatório mostra uma mudança de ritmo na última quinzena de dezembro, com o milho ganhando protagonismo. Para a penúltima semana do ano, a ANEC projeta embarques de 1.665.611 toneladas do cereal, acima do programado na semana anterior (1.232.305 t, de 14 a 20 de dezembro). No mesmo período, a soja recua de 777.158 t para 647.773 t, enquanto o farelo sobe de 358.001 t para 484.782 t. Já o trigo diminui de 219.322 t para 90.695 t.
A distribuição por porto ajuda a explicar essa dinâmica. Santos aparece como o principal ponto de saída na semana, com 801.586 t de milho e 339.698 t de soja programadas. Paranaguá mantém relevância tanto em soja quanto em derivados, com 239.775 t de soja e 129.500 t de farelo, além de 69.810 t de milho. No arco norte, chamam atenção os volumes de milho em Barcarena (322.595 t) e Santarém (168.330 t), além de São Luís/Itaqui (126.500 t).
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Apesar do avanço, o próprio relatório ressalta que o milho ainda tem uma margem de variação neste fechamento de ano. Para dezembro, a programação aponta 6.735.098 t, mas a ANEC considera que o mês pode terminar em um patamar menor, entre 5,9 milhões e 6,735 milhões de toneladas (o documento usa como referência de cálculo a média de 6.317.549 t).
No acumulado de janeiro a novembro, os números também indicam crescimento em soja e milho. A soja sobe de 95,83 milhões (2024) para 105,71 milhões de toneladas (2025) e o milho vai de 34,21 milhões para 35,56 milhões. O farelo avança levemente, de 21,04 milhões para 21,41 milhões, enquanto o trigo recua de 2,28 milhões para 1,81 milhão no mesmo recorte.