Mesmo em meio a um alto índice de endividamento dos produtores gaúchos devido a sucessivas perdas de safra, o governo do Rio Grande do Sul está otimista em relação à 48ª Expointer, maior feira agrícola do Rio Grande do Sul. Segundo o governador Eduardo Leite, o evento, que será realizado em Esteio (RS) entre os dias 30 de agosto e 7 de setembro, deve ultrapassar a marca dos R$ 8,1 bilhões em negócios registrados em 2024, alcançando um novo recorde.
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A estimativa foi apresentada nesta terça-feira (5/8), durante o lançamento da 48ª Expointer em São Paulo (SP). A cerimônia, realizada pela primeira vez fora do Rio Grande do Sul, ocorreu no escritório recém-inaugurado da Invest RS, a agência de desenvolvimento do Rio Grande do Sul.
Em 2024, a feira aconteceu menos de quatro meses após as enchentes históricas que atingiram o Estado. Para o governador, a expectativa de superar o movimento de pessoas e negócios está diretamente atrelada à estrutura. “Neste ano, temos as obras nas rodovias resolvidas no acesso ao parque, a volta do aeroporto, e um contexto de normalidade climática”.
Na última edição, o faturamento recorde totalizou R$ 8,1 bilhões acumulados ao longo de oito dias, um crescimento de 1,41% em relação à edição de 2023, segundo a organização.
O governador gaúcho destaca o setor de máquinas como motor dos negócios da feira, além das tradicionais apresentações da pecuária estadual e a agricultura familiar. “É um espaço de conexão entre o trabalho rural e quem vive na cidade”.
Leite estima negociações recordes durante a Expointer, mesmo em meio a um alto índice de endividamento dos produtores gaúchos em meio a sucessivas perdas de safra. O governo aportou R$ 150 milhões do Fundo do Plano Rio Grande para viabilizar a prorrogação de dívidas de crédito rural contratadas junto ao Banco Banrisul. A medida visa garantir que produtores de municípios com decreto de emergência ou calamidade durante o período das enchentes de 2024 possam renegociar operações de crédito rural com vencimento em 2025.
“Muitos ainda enfrentam grandes dificuldades e temos insistido com o governo federal para que se estabeleça uma oportunidade de renegociação dessas dívidas”, disse Leite.
Rio Grande do Sul deve ser um dos Estados mais afetados pelo ‘tarifaço’, disse Eduardo Leite
Marcos Fantin/Globo Rural
Tarifaço
Além dos constantes problemas climáticos, o Rio Grande do Sul deve ser um dos Estados mais afetados pelo ‘tarifaço’ imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Segundo o governador, a proteína animal e a indústria da madeira serão os setores mais atingidos caso a taxação de 50% a entrar em vigor nesta quarta-feira (6/8) seja confirmada. “Muitas empresas do Estado destinam a maior parte da produção ao mercado americano”.
A expectativa de Leite é de que o governo federal se dedique para reverter ou amenizar as tarifas impostas. “Foi o que se fez em todos os lugares do mundo, na União Europeia, no Canadá, no México, no Japão. Todos lidaram com pragmatismo e equilíbrio diante do desafio nas relações com os Estados Unidos”, comentou.
Lançamento da feira
O lançamento em São Paulo se soma ao evento em Brasília (DF), também inédito, que ocorrerá na quarta-feira (6/8), na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A iniciativa marca a ampliação do alcance institucional da feira e reforça sua relevância como uma das principais vitrines do agronegócio brasileiro.