Novo foco da doença redobra a atenção de indústrias de vacinas no Brasil O primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial, em Montenegro (RS), redobrou a atenção de entidades químicas e de indústrias de vacinas, já que até o momento não há nenhum antídoto 100% eficaz contra a doença viral que atinge aves.
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Andrey Freitas, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina), reforça que a entidade está em alerta com o caso brasileiro, ao mesmo tempo que avalia não ser necessário criar pânico no país.

“Não há motivo para entrarmos em uma exagero e criar respostas emotivas e pouco efetivas do ponto de vista sanitário. O que está acontecendo pode ajudar a acelerar pesquisas, que já vem sendo coordenadas entre o Ministério da Saúde, a Anvisa e o Ministério da Agricultura e Pecuária”, opina ao Valor.

Freitas destaca que a fiscalização no Brasil tem padrões de qualidade altíssimos e severos, o que dá certo alento sobre o controle da doença entre as granjas.

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Ele lembra que vacinas contra patógenos virais exigem ensaios clínicos robustos e, durante os estudos, se deparam com muitas “idas e voltas” em razão do número de cepas que vão sendo descobertas.

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Até agora, o Brasil não possui nenhuma vacina para a gripe aviária. Entretanto, desde 2023, o Instituto Butantã tenta desenvolver uma específica para a enfermidade. Quando divulgou a pesquisa sobre o imunizante contra a gripe aviária de subtipo H5N8, que está na primeira etapa de estudo, o Butantã disse à época que o estudo “representa uma preparação para uma possível pandemia”.

Ao Valor, a entidade confirmou que os ensaios clínicos estão em andamento, mas não há nenhuma novidade sobre quando a vacina contra a gripe aviária seria lançada.
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Do lado das indústrias nacionais privadas, Freitas afirma que há um interesse em despontar nessa frente de saúde animal, e que existem estudos mais amplos para a categoria de combate a doenças virais em aves para que se lance produtos mais eficazes.
Segundo o presidente da Abifina, a indústria química, após a Covid-19, aprendeu que é necessário ter parcerias internacionais e incorporação de tecnologia a vacinas já existentes, por exemplo, como metodologias adicionais na corrida para disponibilizar vacinas eficazes, disse à reportagem.

Além disso, no caso da gripe aviária, há pesquisas em curso para verificar como e quando deve ser feita a prevenção a partir de vacinas e se elas deverão ser orais ou injetáveis, por exemplo.

Hoje, existem experimentos sendo realizados, um deles na Holanda, que começou com testes de campo ano passado. O projeto, com duração prevista até 2027, envolverá o processo de vacinação de pintinhos em incubadoras holandesas, que serão levados para granjas de poedeiras.

Mais recentemente, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) por meio do Centro de Biologia Veterinária (CVB), concedeu à empresa Zoetis, de saúde animal, uma licença condicional para uso da vacina da empresa contra a gripe aviária. Em fevereiro, a empresa informou que a vacina será utilizada para imunizar galinhas, mas que, por enquanto, a licença tem caráter condicional para atender a uma condição de emergência.

Além desses países, México e Itália já utilizaram no passado vacinas – que não são específicas e, portanto, não têm comprovação de total eficácia, mas foram aplicadas para conter surtos de doenças virais causadas pelos patógenos H5 e H7, o primeiro deles presente na fórmula da influenza aviária (H5N1).

Países asiáticos também já vacinaram contra o subtipo H5N1 como tentativa de controle, mas sem ter uma vacina específica.

No Brasil, de acordo com a Embrapa, existem vacinas para aves com diversos métodos de aplicação, entre eles a via oral, a aspersão e aplicação da membrana da asa com funções diversas que podem ser para estimular a imunidade, contra doenças como cólera e varíola aviárias, mas que sobretudo são para reduzir riscos de infecção das granjas.

Casos no Brasil
Desde 15 de maio de 2023, o Brasil registrou 168 focos de gripe aviária, mas apenas o de Montenegro em uma granja comercial. Desse total, 164 foram em aves silvestres e outros três em aves de subsistência.

No mundo, existem vacinas aplicadas para

20/05/2025 12:24:48