A Avenida Beira Mar, em Fortaleza, um dos principais pontos turísticos e de lazer da capital, tem enfrentado um problema recorrente nas primeiras horas da manhã: o estacionamento irregular. O desrespeito às normas de trânsito é visível, com motoristas ocupando vagas destinadas a idosos, pessoas com deficiência, ônibus e até espaços reservados para viaturas policiais. Apesar da grande movimentação de praticantes de atividades físicas no local, a falta de consciência de muitos condutores tem comprometido a fluidez e a segurança do trânsito na região.

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Cenas flagradas no início da manhã mostram a dimensão do problema. Carros ocupando uma mesma vaga, veículos sem credencial estacionados em vagas especiais e motoristas tentando justificar o injustificável. Um casal, por exemplo, foi flagrado utilizando uma vaga para pessoa com deficiência, embora nenhum dos dois apresentasse restrição de mobilidade. Questionados sobre a deficiência, responderam: “Nenhuma, moça. Nenhuma, porque a gente tem só o bichinho sem querer no carro.” E, ao serem alertados sobre o uso indevido, apenas encerraram a conversa com: “Com licença, obrigada.”

Outros motoristas também demonstraram desconhecimento ou negligência. “Porque eu faço parte dos idosos e tenho a chancela”, disse um senhor ao ser questionado sobre estar estacionado em vaga especial sem credencial visível. Indagado sobre onde estava o documento, respondeu: “Ela não aparece aqui. Só depois das oito.” Vale destacar que a obrigatoriedade da credencial é independente do horário de funcionamento da zona azul, e o não cumprimento configura infração gravíssima, com multa de R$ 293,47 e sete pontos na CNH.

O empresário Pedro Chuluck criticou a distribuição das vagas ao longo da avenida: “Hoje em dia não se usa mais táxi. Então a prefeitura poderia rever essa sinalização, deixar uma vaga ou outra de táxi e aproveitar melhor o espaço. É uma dificuldade enorme para estacionar.” O turista Rui Mamede, de São Paulo, também chamou atenção para a falta de consciência: “Não adianta você praticar esporte e não ter consciência no trânsito.”

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Apesar do flagrante de diversas irregularidades, nenhuma viatura ou agente da AMC foi vista no local durante mais de duas horas de observação. Em nota, o gerente de Operações da AMC, André Luís Barcelos, afirmou: “Temos uma política de fiscalização em todos os turnos, com monitoramento por vídeo e atuação conjunta com a segurança pública. Quando há alguma irregularidade, a equipe é direcionada para o local.”

A autarquia reforça que denúncias podem ser feitas por meio dos canais oficiais da prefeitura.

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