Empresário que atropelou jovem com caminhonete vira réu por homicídio doloso no Ceará

A Justiça do Ceará aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réu por homicídio doloso o empresário Rafael Elisário Ferreira, acusado de provocar um grave acidente de trânsito que resultou na morte do jovem Kauã, de 18 anos, e deixou outra pessoa ferida. O caso ocorreu há quase quatro meses, no bairro Meireles, em Fortaleza, quando a caminhonete conduzida por Rafael atingiu violentamente uma motocicleta onde estavam as duas vítimas.

>>>Clique aqui para seguir o canal do GCMAIS no WhatsApp<<<

De acordo com o laudo pericial, o empresário dirigia em alta velocidade, ignorou uma placa de “pare” e chegou a trafegar em zigue-zague pela contramão. Testemunhas relataram que ele apresentava sinais visíveis de embriaguez e se recusou a realizar o teste do bafômetro. Rafael Elisário foi liberado cerca de 12 horas após o acidente, mediante o pagamento de fiança no valor de 10 salários mínimos.

Na época, o caso foi inicialmente tratado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. No entanto, com o avanço das investigações, o Ministério Público reclassificou o crime como homicídio doloso, ao apresentar novos elementos como a presença de drogas no veículo e um vídeo que registra o momento do impacto.

>>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<<

A mãe de Kauã, Verônica Irineu, tenta lidar com a dor da perda desde o acidente. “Se eu acordar de madrugada, eu me lembro. Se eu acordar de manhã, a primeira coisa, né, eu lembro. E tá sendo, assim, um desafio continuar, né. Você fica procurando o sentido para viver”, desabafa.

Emocionada, ela lembra do filho como um jovem “alegre, dedicado e cheio de sonhos”. A dor se mistura com o desejo de justiça. “A gente sente que a justiça vai ser feita. Eu sempre falo isso e vou deixar aqui bem claro, em nenhum momento eu tenho ódio desse cidadão”, afirma.

Verônica também fez questão de reconhecer o esforço da cunhada do filho, Gardênia, por ter mobilizado a mídia e cobrado respostas.

“Eu agradeço a Deus, depois a Gardênia, a cunhada do meu filho, por ter ido atrás, buscado. Porque eu sei que Deus, em primeiro lugar, mas se ela não tivesse ido atrás, se ela não tivesse buscado para que a mídia mostrasse, com certeza isso ia demorar muito. Porque a justiça, a mídia vai atrás, e a mídia mostra, e a justiça se manifesta para mostrar à população, de uma certa forma, que existe justiça”, disse.

A defesa de Rafael Elisário Ferreira ainda não se pronunciou sobre a decisão. O caso agora segue para julgamento na Justiça cearense.

Leia também | Quem era Kauã Guedes, jovem de 18 anos morto após ser atropelado por empresário em Fortaleza

>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<<