O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesse sábado (17/5) que o embargo de 60 dias nas exportações de aves de alguns países, por conta da confirmação do primeiro caso de gripe aviária em plantel comercial, pode ser reduzido a partir de “conversas diplomáticas e comerciais”.

Em conversa com técnicos do governo do Paraná e lideranças do setor agropecuário paranaense ontem, o ministro disse que as restrições das exportações também podem ser limitadas à área próxima ao foco.

“Temos espaço para negociar, o foco é de aproximadamente 28 dias e se conseguirmos eliminar o foco e rastrear os animais, acreditamos que com transparência e eficiência, o fluxo possa ser normalizado antes dos 60 dias”, disse Fávaro, de acordo com nota divulgada pela agência de notícias do Paraná. Por meio de participação virtual na reunião, o ministro salientou a importância da transparência na comunicação sobre o caso e do cuidado dos proprietários de granjas para evitar a entrada do vírus.

“A transparência, a eficiência e fazer o que ditam os protocolos são ações importantes para superarmos rapidamente essa questão para retomar a normalidade de vendas”, afirmou o ministro.
Em entrevista à Globo Rural, Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), também afirmou que está otimista que as exportações serão retomadas antes. “Com o redirecionamento da produção entre plantas e o rearranjo logístico, parte das exportações pode ser mantida, mesmo com o bloqueio de algumas unidades. Na segunda-feira, o Brasil deve receber novos comunicados de países importadores solicitando informações adicionais sobre o controle da doença”, acrescentou.
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Cenário
O Paraná é o principal produtor e exportador de carne de aves do Brasil, responsável por quase 35% da produção e cerca de 42% da exportação do setor atualmente.

As exportações de produtos avícolas de todo o Brasil estão suspensas temporariamente para China, União Europeia, Chile, Argentina, Uruguai e México. Outros países devem notificar o governo brasileiro a partir desta segunda-feira.

“Neste momento é importante que todos assumam suas responsabilidades para sermos bastante efetivos”, afirmou o secretário de Agricultura do Paraná, Marcio Nunes. O Estado tem cerca de 20 mil granjas.

O governo paranaense pediu atenção dos avicultores para os cuidados com a biosseguridade dos estabelecimentos, como a verificação das telas para manter o local das aves fisicamente perfeito para que não haja nenhuma frestas que possibilitem a entrada de qualquer outro animal.

“O Estado não tem nenhum caso suspeito ou em investigação, mas precisamos estar sempre alertas”, disse o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adapar), Otamir Cesar Martins. O órgão já faz análises por amostragem em mais de 300 propriedades.

De acordo com a atualização mais recente do painel do Ministério da Agricultura, dois casos estão de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves estão em investigação nesse momento. Um deles é em uma galinha de criação doméstica e comericial em Aguiarnópolis (TO) e outro em uma ave em Salitre (CE), em criação de subsistência.