O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), reagiu nesta sexta-feira (6) às declarações do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que insinuou que o vazamento de informações sobre a operação na comunidade da Rocinha, no Rio, teria partido do Ceará. Elmano classificou a acusação como infundada e irresponsável, desafiando o colega fluminense a apresentar provas concretas.
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“Quando o governador faz uma afirmação, é muito importante que ele lembre da responsabilidade do cargo que ocupa. Se eu digo que uma operação vazou a informação, eu tenho que dizer que indício eu tenho, apresentá-lo e, dessa maneira, ser consequente com a fala. Eu espero que o governador do Rio de Janeiro, se fez referência a algum vazamento, que ele apresente algum indício. Até que nós não temos, mas, se ele tem, que ele apresente, pelo cargo que ele ocupa”, afirmou Elmano durante evento em Fortaleza.
A declaração foi feita durante o lançamento da nova fase da Operação Integração Saturação Total, que mobiliza mais de mil policiais civis, militares e penais em ações preventivas no fim de semana em Fortaleza e municípios do interior.
Entenda o caso
A polêmica teve início após operação conjunta na comunidade da Rocinha, realizada no fim de maio. A ação, que mirava 29 cearenses suspeitos de envolvimento com o crime organizado, resultou na prisão de apenas um suspeito. Segundo informações da Polícia Civil do Rio, cerca de 400 pessoas fugiram da região, levantando a suspeita de que a operação teria sido vazada antes da execução.
Em declarações à imprensa, Cláudio Castro afirmou que, se houve vazamento, este teria partido do Ceará, embora não tenha apresentado nenhuma evidência que sustentasse a afirmação.
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A resposta do governador Elmano foi direta e reforçada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), que também se manifestou em nota oficial.
“Lamentamos veementemente essa declaração que carece de qualquer embasamento. A SSPDS reforça o compromisso com a integração entre os estados e reitera que qualquer acusação nesse sentido precisa ser feita com responsabilidade e baseada em provas”, diz o comunicado.
Reforço no combate ao crime no Ceará
Durante a coletiva, Elmano aproveitou para destacar os esforços do estado no enfrentamento às organizações criminosas, ressaltando que o número de prisões de membros desses grupos dobrou em 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado.
“Nós vamos continuar prendendo ainda mais, porque a nossa missão é enfrentar o crime organizado no Ceará. Estamos aumentando a capacidade das nossas forças de segurança e vamos ampliar ainda mais”, declarou o governador.
A fala evidencia a preocupação do governo cearense em manter a ofensiva contra o crime, mesmo em meio à crise institucional gerada pelas declarações do governador do Rio.
Cooperação entre estados em xeque
A troca de declarações públicas entre os governadores gera preocupação quanto à cooperação interestadual no combate ao crime organizado, que tem atuação nacional e demanda ações integradas entre as forças de segurança dos estados.
Especialistas defendem que acusações sem provas podem minar a confiança entre as corporações e enfraquecer as estratégias de combate ao crime.
Enquanto o impasse entre os dois governadores segue sem novos desdobramentos, o Ministério Público do Rio e a Polícia Civil continuam investigando o suposto vazamento na operação da Rocinha. Até o momento, nenhuma evidência foi apresentada ligando autoridades ou forças de segurança cearenses ao caso.
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