Elmano diz que empresa da obra do Anel Viário não cumpriu cronograma e que repasses estão em dia

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, afirmou nesta terça-feira (16) que não há atraso de pagamentos à empresa responsável pela obra do Anel Viário de Fortaleza e que os repasses financeiros estão rigorosamente em dia. A declaração foi feita durante entrevista à Rádio Jovem Pan News Fortaleza, após questionamentos de ouvintes sobre a interrupção das obras e os transtornos enfrentados por quem trafega pela região.

Segundo Elmano, o contrato prevê que a empresa execute as etapas da obra e receba os valores em até 60 dias, prazo que, de acordo com ele, vem sendo cumprido pelo Estado. “Primeiro dizer a todo o povo cearense que não tem um atraso de pagamento da empresa. Isso está absolutamente em dia”, assegurou. O governador explicou que o problema está no descumprimento do cronograma por parte do consórcio contratado.

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De acordo com o chefe do Executivo estadual, o governo notificou a empresa e exige mudanças para garantir a conclusão da obra. “A empresa demonstrou que fez um cronograma com o Governo do Estado e ela não cumpriu. Nós estamos dizendo que ou eles mudam o consórcio, trazendo uma empresa com capacidade de concluir a obra, ou nós vamos romper o contrato”, afirmou. Elmano destacou ainda que há recursos garantidos para a intervenção, incluindo R$ 87 milhões já depositados pelo Governo Federal exclusivamente para o Anel Viário.

O governador ressaltou que, por lei, o Estado é obrigado a contratar a empresa que apresenta o menor preço na licitação e que, diante do atraso, existem apenas duas alternativas: a reformulação do consórcio ou a rescisão contratual, com abertura de nova licitação. “O que eu prefiro é a primeira opção, porque romper contrato e fazer uma nova licitação demora mais”, explicou, acrescentando que também utiliza a via com frequência e compartilha da indignação da população.

Ciro Gomes

Na entrevista, Elmano ainda disse ver “um sentimento de inveja do Camilo [Santana]” na postura política adotada por Ciro Gomes nos últimos anos, especialmente diante da aproximação do ex-ministro com setores da direita. A declaração foi dada durante entrevista concedida na manhã desta terça-feira (16) à Rádio Jovem Pan News Fortaleza, ao jornalista Luciano Augusto.

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Segundo Elmano, a atuação recente de Ciro é marcada por ressentimento e desejo de revanche política. “O que eu vejo no Ciro é apenas um sentimento de ódio, de inveja do Camilo, de querer uma vingança”, afirmou.

Na avaliação do governador, essa postura teve origem no rompimento de um acordo político firmado anteriormente no grupo governista. Ele relembrou o conflito do período pré-eleitoral de 2022, quando a base aliada – à época formada pelo PT e pelo PDT, além e outras siglas – decidia sobre o candidato que iria suceder Camilo Santana na disputa estadual. Ciro e aliados defendiam o nome do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Claudio, enquanto petistas e integrantes de outros partidos da base defendiam a continuidade da então governadora Izolda Cela no cargo, à época também no PDT. Izolda, que era vice de Camilo, havia assumido o Governo do Estado após a desincompatibilização do petista.

“Ele resolveu, da cabeça dele, não cumprir a palavra dele e lançar o Roberto Cláudio. O Roberto Cláudio se aproveitou disso para querer ser o governador. E aí ele foi derrotado e ficou com ódio e ficou com um sentimento de vingança”, declarou. Para Elmano, sentimentos como ódio e vingança são incompatíveis com a tarefa de governar. “Para governar um estado, vingança e ódio são péssimos companheiros”, completou.

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Investimentos estratégicos

Elmano citou ainda investimentos considerados estratégicos, como o Polo Automotivo do Ceará, em Horizonte, voltado à produção de veículos elétricos; e a instalação de um data center no Complexo do Pecém, com investimento estimado em R$ 200 bilhões. Ele ressaltou a articulação junto ao governo federal para viabilizar mudanças legais que permitissem a atração desses empreendimentos. “O Ceará produz mais de 4 gigas de energia e só consome um e pouco. Então, aqui tem sobra de energia”, disse, ao defender o potencial do estado para novos investimentos.

Segurança

Na área da segurança pública, o governador reforçou a orientação para o enfrentamento direto às facções criminosas. Ele pontua que o estado ampliou o número de presos, contratou mais policiais e investe na estrutura das forças de segurança. “Enquanto tiver gente ameaçando o nosso povo e não deixando o nosso povo viver em paz e tranquilidade, minha ordem é aumentar a força da polícia”, declarou. Elmano também defendeu a aprovação da Lei Antifacção enviada pelo presidente Lula ao Congresso, argumentando que a legislação atual é insuficiente para punir ameaças feitas por integrantes do crime organizado.

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