Durante o STS e Feira do Empreendedor, realizado no Centro de Eventos do Ceará, a educação empreendedora foi um dos temas centrais abordados por especialistas e gestores públicos. Em entrevista à Jovem Pan, Mônica Arruda, gestora estadual de programas de educação empreendedora, destacou a importância de preparar as novas gerações – e também adultos – para uma cultura voltada ao empreendedorismo, como ferramenta para desenvolvimento pessoal, geração de renda e transformação social.
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“O Brasil é um país muito empreendedor, mas muitas vezes as empresas não conseguem avançar ao longo dos anos”, afirmou Mônica. Ela explicou que a maioria dos empreendedores ainda inicia por necessidade, e não por oportunidade. Isso, segundo ela, compromete a sustentabilidade dos negócios, especialmente pela falta de preparo e conhecimento técnico. É nesse contexto que entra o papel da educação: “Esse é um trabalho que o SEBRAE tem feito há quase 10 anos, tentando levar para as escolas conteúdos sobre empreendedorismo, desde o ensino fundamental”, explicou.
Mônica destacou que o Ceará é um dos estados que mais avançou nessa agenda. Atualmente, mais de 360 mil estudantes da rede pública têm acesso a conteúdos de educação empreendedora, por meio de parcerias com mais de 130 municípios. “O empreendedorismo é considerado uma das competências do futuro”, afirmou. Para ela, o desenvolvimento do chamado comportamento empreendedor — como a capacidade de inovar, propor soluções e agir com protagonismo — será cada vez mais essencial em um mundo onde tarefas técnicas são cada vez mais automatizadas.
A gestora também chamou atenção para o papel do intraempreendedorismo, conceito que estimula atitudes empreendedoras mesmo dentro de empresas já existentes. “Pode acontecer o empreendedorismo dentro de um negócio que é de outro investidor, mas aquela pessoa que está lá trabalhando age também de forma empreendedora”, explicou. Segundo ela, essa visão é fundamental especialmente para adultos com mais de 30 ou 40 anos, que desejam empreender, mas não tiveram contato com essa cultura desde cedo.
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No evento, a Arena da Educação Empreendedora recebeu 90 equipes de estudantes das Escolas de Educação Profissional do Estado, que apresentaram ideias inovadoras desenvolvidas dentro da disciplina “Despertar”. “Tem ideias de aplicativos, soluções em saúde, tecnologia da informação… tudo com base no curso técnico que eles já fazem”, contou Mônica com entusiasmo. A participação desses jovens na feira é um reflexo do esforço de diversas instituições em plantar, desde cedo, a semente de um novo perfil de cidadão: criativo, autônomo e capaz de empreender mudanças reais em seu entorno.
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