Mensagens analisadas pela Polícia Federal revelam que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pressionou o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, a se manifestar publicamente em apoio ao então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, temendo que o aliado norte-americano “virasse as costas” ao Brasil. Os diálogos, recuperados do celular de Jair Bolsonaro durante as investigações do Supremo Tribunal Federal (Petição 14.129/DF), mostram a preocupação de Eduardo com a falta de um gesto de gratidão que mantivesse o apoio da Casa Branca ao ex-mandatário brasileiro.
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Em uma das mensagens, Eduardo escreveu:
“Opinião pública vai entender e você tem tempo para reverter, se for o caso. Você não vai ter tempo de reverter se o cara daqui virar as costas para você. Aqui é tudo muito melindroso, qualquer coisinha afeta.”
O parlamentar demonstrava receio de que, sem uma manifestação pública, o governo Trump descartasse o Brasil:
“Na situação de hoje, você nem precisa se preocupar com cadeia, você não será preso. Mas tenho receio que, por aqui, as coisas mudem. Mesmo dentro da Casa Branca tem gente falando para o 01: ‘ok, Brasil já foi. Vamos para a próxima’.”
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“Eu quero postergar este bom momento de agora, mas se o nosso cara vai encontrar o 01 sem nenhum tweet seu, te adianto que isto não será bem recebido.”
Segundo a Polícia Federal, Jair Bolsonaro aceitou a sugestão e preparou uma publicação para demonstrar alinhamento com Trump. As mensagens integram o inquérito que investiga a atuação da família Bolsonaro em articulações internacionais para pressionar o Judiciário brasileiro e dificultar investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
No relatório final, a PF concluiu que tanto Jair quanto Eduardo Bolsonaro agiram de forma coordenada para interferir nos rumos das investigações, com estratégias que incluíam articulações com lideranças estrangeiras. A troca de mensagens é considerada mais uma evidência da tentativa do núcleo bolsonarista de obter respaldo internacional para desacreditar instituições brasileiras e proteger os envolvidos em ações antidemocráticas.
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