Instituto Nacional de Metereologia (Inmet) prevê que o fenômeno atinja mais de 50 cidades nesta madrugada O alerta de neve no Brasil emitido pelo Instituto Nacional de Metereologia (Inmet) chamou a atenção e gerou uma série de dúvidas. Apesar de não ser um evento inédito no país, é algo bastante incomum. Afinal, o que está causando o primeiro episódio de neve em 2025 e quais regiões serão afetadas?
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O que vai provocar a neve?
Segundo a Climatempo, a conjunção de três fenômenos meteorológicos será o responsável pela formação da primeira neve do ano. A formação de um ciclone extratropical e uma frente fria estão intensificando a entrada de umidade vinda do mar sobre a região Sul do país e contribuindo para a formação de nuvens carregadas, especialmente nas áreas de maior altitude.
Enquanto isso, uma massa de ar polar intensa tem derrubado significativamente as temperaturas. Entre quarta e quinta-feira (28/05), os termômetros devem reduzir em até 5 °C seus valores.
Essa combinação de umidade excessiva e ar muito gelado cria as condições ideais para a formação de neve, além de outras precipitações típicas do inverno, como chuva congelada e sleet, também chamado de granizo mole.
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O boletim esclarece que para que a neve ocorra “é necessário que a temperatura esteja abaixo de 0°C, desde a formação das nuvens até o solo para que os flocos não derretam antes de atingir o chão”. Além disso, a presença de umidade é crucial para a formação de nuvens carregadas de cristais de gelo.
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É normal nevar no Brasil?
Celso Luís de Oliveira Filho, meteorologista sênior da Safira Energia, explica que a posição geográfica do Brasil – localizado quase inteiramente entre os trópicos, uma área mais quente, não permite que a neve seja tão frequente e intensa como acontece em outros países.
Por isso, o fenômeno acontece em áreas muito específicas do Sul do país. Na região serrana, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a combinação de elevada altitude e de umidade proveniente do mar aumentam a chance de neve, desde que também exista uma massa de ar polar muito intensa.
Segundo a Climatempo, estes são os locais mais frios do país, onde o fenômeno é mais comum:
São Joaquim (SC)
Urubici (SC)
Urupema (SC)
Bom Jardim da Serra (SC)
Cambará do Sul (RS)
São José dos Ausentes (RS)
Gramado e Canela (RS)
Alerta amarelo de neve no RS e em SC
Inmet alerta para risco de neve em 50 cidades do Brasil
Inmet
Entre quarta-feira (28/5) e quinta-feira (29/5), mais de 50 cidades estão sob alerta de neve do Instituto Nacional de Metereologia (Inmet), incluindo a Grande Florianópolis, municípios do sul de Santa Catarina, da região metropolitana de Porto Alegre e do nordeste do Rio Grande do Sul.
Celso explica que é possível prever a quantidade de neve que irá cair do céu, embora em alguns municípios da Serra Geral, por conta do relevo, o valor registrado possa ser diferente do estimado.
“As simulações indicam profundidade entre 10 e 20 centímetros na Serra Geral nas próximas 24 horas, algo raro para a região. Normalmente, o que vemos é a queda de alguns flocos, mas, desta vez, teremos acumulação”, afirma.
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Onde pode nevar no Brasil?
Rio Grande do Sul
André da Rocha
Antônio Prado
Bento Gonçalves
Bom Jesus
Cambará do Sul
Campestre da Serra
Canela
Caxias do Sul
Esmeralda
Farroupilha
Flores da Cunha
Gramado
Ipê
Jaquirana
Lagoa Vermelha
Monte Alegre dos Campos
Muitos Capões
Nova Pádua
Nova Petrópolis
Nova Prata
Nova Roma do Sul
Pinto Bandeira
Protásio Alves
São Francisco de Paula
São José dos Ausentes
São Marcos
Vacaria
Veranópolis
Vila Flores
Santa Catarina
Alfredo Wagner
Anitápolis
Bocaina do Sul
Bom Jardim da Serra
Bom Retiro
Campo Belo do Sul
Capão Alto
Cerro Negro
Grão Pará
Lages
Lauro Müller
Morro Grande
Orleans
Painel
Rio Fortuna
Rio Rufino
Santa Rosa de Lima
São Joaquim
Timbé do Sul
Urubici
Urupema
Pode nevar de novo em 2025?
Na região Sul, o mês de junho começa com frio intenso e novas quedas de temperatura são esperadas. Ao longo do mês, os termômetros devem se manter próximos da média no Rio Grande do Sul e ligeiramente acima no Paraná e em Santa Catarina.
Segundo o meteorologista Willians Bini, esta onda de frio será a mais intensa do ano até agora, com mínimas recordes em diversas cidades. No entanto, outros eventos semelhantes não são descartados e podem ocorrer até setembro.
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Isso porque, com a chegada do inverno, a partir do dia 21 de junho, são esperadas temperaturas abaixo de 0 °C no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o que pode contribuir para a formação de geadas, chuva congelada e neve.
Nas demais regiões, a chance de nevar é quase nula. O mês de junho tende a ser, inclusive, mais quente, com poucos dias de chuva na maioria dos Estados. No Sudeste e Centro-Oeste, as temperaturas ficarão acima da média, especialmente à tarde, embora frentes frias provoquem episódios de frio e geadas em áreas de altitude. No Norte e Nordeste, o calor predomina.