Até pouco tempo, era basicamente a carne e o café que o mercado internacional buscava no ramo da alimentação ao olhar para o Brasil. A dupla ainda se destaca no ranking de exportação, mas, aos poucos, ganhou a companhia de outros itens, como as frutas.
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E no segmento que rendeu US$ 1,2 bilhão em receita só em 2024, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), estão incluídas algumas que são nativas e representam muito o país: açaí, jabuticaba, guaraná, cacau e maracujá. Confira abaixo como elas conquistam paladares pelo mundo.
Açaí
Diferentemente da manga e da melancia, exportadas em grande quantidade, principalmente para a Europa, o fruto originário da Floresta Amazônica não tem números tão expressivos, mas é consumido nos quatro cantos do mundo.
No mês de novembro, por exemplo, será apreciado por representantes de diversos países na COP30, a Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas, realizada em Belém.
O Pará é o principal Estado produtor de açaí. Em 2023, 8,2 toneladas foram embarcadas, totalizando US$ 27,74 milhões. Um ano depois, 4,2 mil toneladas do fruto paraense, chamado de superalimento por profissionais de saúde, foram exportadas apenas no primeiro quadrimestre.
Um dos mercados abertos recentemente foi a Índia, que autorizou a entrada do açaí em pó em fevereiro de 2024. Até o ano anterior, as compras eram na forma de suco.
Entre os apaixonados pela fruta brasileira está a empresária e socialite americana Kim Kardashian. Em entrevistas ela já revelou que consumir uma tigela de açaí com frutas é o seu café-da-manhã preferido.
Jabuticaba
Nativa da Mata Atlântica, a jabuticaba pode parecer limitada para a exportação por ser altamente perecível, mas, para isso, é transformada em produtos que atendem e agradam os mercados internacionais, como polpa congelada, geleias e bebidas.
O reconhecimento pelo sabor único e os benefícios à saúde a fez ser incluída no ranking das 100 melhores frutas do mundo do Taste Atlas, site americano considerado a enciclopédia da gastronomia.
A frutinha pequena, preta e de polpa doce ocupa a 12ª colocação na atualização mais recente e é a primeira entre as brasileiras.
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Cacau
Assim como o açaí, o cacau surgiu na Amazônia e leva o nome do Brasil para o mundo. Ele é a base do chocolate, mas costuma ser consumido também em sucos, sorvetes e bebidas fermentadas.
Em 2024, conforme dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o embarque de cacau e seus produtos rendeu US$ 635.632.956 de receita. O número em 2025, apenas entre janeiro e julho, já chega a US$ 501.634.886.
A qualidade do cacau brasileiro foi reconhecida duas vezes pelo Conselho Internacional de Cacau, em 2019 e 2023, que destacou o país como “exportador de 100% de cacau fino e de aroma”.
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Guaraná
Fruta que faz o Brasil liderar a produção global e também a exportação, o guaraná é proveniente do guaranazeiro, planta nativa da Amazônia, e tem como principal destino a fabricação de refrigerantes e energéticos. O restante se transforma em subprodutos, como xarope, pó e extrato.
Um dos mercados interessados no guaraná é a Malásia, que, neste ano, autorizou a importação do pó de origem brasileira. Segundo o Mapa, o fruto é rico em cafeína, taninos, saponinas e catequinas, compostos benéficos à saúde e que chamam a atenção de diversos países pelo mundo.
Maracujá
O Brasil não é apenas o centro de origem do maracujá. A fruta tropical com polpa aromática e cheia de sementes colocou o país da América do Sul na liderança do ranking mundial de produção: são mais de 700 mil toneladas por ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o mercado nacional, que consome a maior parte do que é colhido, a fruta in natura é a principal forma de consumo, enquanto a exportação foca no suco concentrado e outros subprodutos.
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O sabor que mistura doçura e acidez já foi destacado, inclusive, em reportagens internacionais no ramo da gastronomia.
“O maracujá é um ingrediente único que a maioria dos cozinheiros domésticos evita, principalmente por não saberem o que fazer com ele além de adicioná-lo ao iogurte ou misturá-lo a um smoothie. Conhecido por sua polpa com sementes e sabor azedo, é uma pena não usar uma fruta tão bela em mais receitas”, diz o At the immigrant’s table.