Nesta sexta-feira, 25 de julho, é comemorado o Dia do Agricultor Familiar. No Brasil, a atividade é definida pela Política Nacional de Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Essa legislação define como agricultor familiar aquele que pratica atividades no meio rural e que atende, simultaneamente, a esses quatro requisitos:
não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais;
utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;
tenha renda familiar predominantemente originada de atividades econômicas vinculadas ao próprio estabelecimento ou empreendimento;
dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.
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O Brasil possui, ao todo, mais de 5 milhões de estabelecimentos rurais, sendo que 77% deste volume é classificado como parte da agricultura familiar.
Conheça seis histórias de agricultores familiares
Casal de agricultores monta agrofloresta no meio da cidade
Guilherme Araújo decidiu iniciar a agrofloresta como forma de evitar loteamento do terreno da família
Divulgação/NUME
Um fragmento rural resiste na zona urbana de Botucatu, cidade do interior de São Paulo a 270 quilômetros da capital do Estado. Com mais de 90 espécies cultivadas, a agrofloresta plantada há seis anos pelo casal Guilherme Araújo e Lenise Baldini contrasta com o asfalto e o concreto ao redor, resistindo às recorrentes investidas do mercado imobiliário para compra e loteamento da área de 80 mil metros quadrados – o equivalente a oito hectares.
Originalmente uma área de café, a fazenda da família já foi maior, com 19,3 hectares. Na década de 1970, contudo, seus avós extinguiram a lavoura após uma forte geada que atingiu Paraná e São Paulo, causando danos irreversíveis à cultura. Desde então, pouco a pouco a área foi sendo loteada, restando apenas os oito hectares herdados pelo seu pai.
Mulheres da Amazônia aprendem a produzir mel de abelhas sem ferrão
Projeto de abelhas sem ferrão em Paragominas (PA)
Ronaldo Rosa/Embrapa
A agricultora e líder comunitária Maria Oenice Xavier, que vive há 30 anos na região rural de Paragominas (PA), tinha medo de abelhas. Isso até o início de fevereiro, quando ela e outras 19 produtoras de comunidades quilombolas do Pará aprenderam a produzir mel de abelhas sem ferrão, atividade também conhecida como meliponicultura.
A iniciativa, conduzida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), integra o plano de ação 2018-2030 da entidade e que tem como objetivo integrar a biodiversidade à produção agroalimentar promovendo medidas para a conservação de 90% das plantas silvestres e 75% dos cultivos que alimentam o mundo.
Produção de pimenta garante renda e sucessão familiar no RS
Tipos de pimenta na Casa da Pimenta de Turuçu (RS)
Marcelo Curia
Com pouco menos de 3,5 mil habitantes, a pequena Turuçu (RS), a 215 quilômetros de Porto Alegre, se orgulha de ser conhecida como a Capital Nacional da Pimenta Vermelha. No entanto, a cultura do condimento, que tanto orgulha o município, quase desapareceu há pouco mais de 20 anos, devido a uma doença que ameaçou as lavouras.
Para preservar o cultivo e sua renda, as famílias que plantam pimenta no local tiveram que remodelar seu método de produção, e se tornaram modelo para formação de agroindústrias, de sucessão familiar e de liderança feminina no campo.
Com selo de origem, café da Chapada Diamantina estimula pequenos produtores
Toda família do produtor Sivaldo Luz contribui com a produção de café, que integra bananas e morangos
Rogério Albuquerque
O selo de identificação geográfica (IG) para o café da Chapada Diamantina, na Bahia, tem estimulado pequenos produtores a investir em marcas e blends próprios do arábica. A denominação de origem também promove o turismo rural na região com cafezais a 1,2 mil metros de altitude.
A atividade está mais “atrativa” desde então, segundo Sivaldo da Silva Luz, presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais de Ibicoara e Chapada (Copric) e produtor. E a denominação de origem amplia as possibilidades.
Mulheres ganham independência e papéis de liderança no cultivo de cacau na Bahia
Autoproclamadas ‘filhas da cabruca’, mulheres trabalham com cacau sustentável na região de Ilhéus (BA)
Rogério Albuquerque
Mulheres da agricultura familiar comandam etapas importantes da produção e beneficiamento do cacau no sul da Bahia, um fato que tem relação direta com mudanças que têm ocorrido no modelo de cultivo do fruto na região.
As baianas Sidney, Kaleandra e Carine nasceram e foram criadas ouvindo a defesa de que o sistema é a única forma de proteger a floresta. As três desempenham funções diferentes na cadeia do cacau e não trabalham juntas, porém acreditam no potencial do produto baiano de auxiliar na independência financeira de outras mulheres e no aumento da oferta de empregos para os jovens.
Frutas vermelhas geram ganho mais alto para pequeno produtor em Minas Gerais
Ari Caproni planta amora, framboesa e mirtilo em Machado (MG)
Ricardo Benichio
O mineiro Ari Moraes Caproni “nasceu” tirando leite na zona rural de Machado, no sul de Minas. Dono de uma propriedade de 19 hectares no distrito de Douradinho, onde tem 50 vacas, 30 delas em lactação, e cultiva quatro hectares de café, ele foi atraído em 2019 por um projeto da prefeitura de diversificação de renda para pequenos cafeicultores.
Recebeu as mudas e a assistência técnica e plantou 4 mil pés de amora. Hoje tem o dobro de amoras, mais 2 mil pés de framboesa e 1,5 mil de mirtilo em sua propriedade e é um dos maiores produtores de frutas vermelhas do município.
*Sob orientação de Marcelo Beledeli