A suspensão preventiva do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a moratória da soja é uma medida “muito positiva”, por trazer clareza sobre o que é permitido pela legislação brasileira, disse o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Campos, nesta terça-feira (19/8) nos bastidores de um evento promovido pelo Santander.
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A moratória era um acordo privado entre grandes tradings exportadoras que impedia a comercialização do grão produzido em área desmatada na Amazônia Legal depois de 2008.
Para Campos, a medida atendia a demanda externas. “Mais uma vez, uma imposição de fora do mercado. Dizendo tudo o que poderia ser feito e o que não poderia ser feito”, comentou.
Do ponto de vista da imagem do país, o secretário acredita que não há impacto severo, pois “sempre farão algo para dar uma segurada no Brasil”. Isso significa que, segundo ele, os compradores externos sempre farão apontamentos sobre o mercado brasileiro.
“Em muitos países que nos apontam o dedo hoje não têm as ações que temos”, ressaltou Campos, citando práticas como os incentivos aos biocombustíveis e a logística reversa, por exemplo.
Questionado sobre a lei antidesmatamento da União Europeia, conhecida como EUDR, Campos também afirma que a questão da moratória, em si, não será um problema. “É possível solucionar conversando”, disse ele.
O secretário acredita que o Brasil está preparado para atender as exigências da EUDR, porém, a cada nova exigência atendida, outra é criada, o que torna o processo mais complexo.