Projeto do IDR-PR incentiva o plantio da fruta na região norte do Estado O cultivo de café e laranja tem dado prejuízo a agricultores do norte do Paraná e muitos decidiram apostar no abacate hass, ou simplesmente avocado. A cultura virou opção de renda para os produtores, que destinam toda a colheita ao exterior.
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A fruta, que tem casca grossa verde-escura e pesa entre 200 e 350 gramas — ou seja, menor do que o abacate tradicional —, adaptou-se bem ao clima da região. O aumento do cultivo tem o apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), que criou um projeto em que dá orientações sobre as exigências do mercado internacional.
“A cultura é interessante. Por ser um produto para exportação, tem um mercado bem maior do que as outras variedades de abacate”, conta o produtor Edson Gudi, de Cornélio Procópio, que integra a Cooperativa dos Fruticultores de Nova América da Colina e região (Nova Citrus) e reúne 20 produtores de avocado da região.
Produtor de avocado Edson Gudi e esposa Kátia Yurika Kubo Gudi
Arquivo pessoal
O preço do avocado é entre 50% e 100% superior ao do abacate tropical, e a produção do hass foi de 80 toneladas na última safra, da qual participaram produtores de quatro municípios da região. A expectativa, segundo Gudi, é que a produção alcance 150 toneladas em 2027.
Há algumas semanas, Gudi eliminou o último pedaço da plantação de laranja que ainda mantinha para destinar 11,5 hectares da propriedade para o avocado. Ele plantou os primeiros pés da fruta em 2020. Os pomares levam três anos para entrar em produção.
O produtor Cláudio Koguissi, do município de Assaí, cultiva o avocado desde 2020 e está satisfeito com os resultados. “É uma boa opção de renda para não ficarmos na dependência de uma única cultura”, destaca.
Koguissi implantou o avocado em 5 hectares, em áreas que eram ocupadas pela laranja, ameaçada pelo greening, e pelo café que, segundo ele, “teve um período de queda horrível de preço”. O produtor planeja tornar o abacate hass uma das culturas principais na propriedade.
Avocados do produtor Edson Gudi, de Cornélio Procópio (PR)
Arquivo pessoal
Potencial
Os pomares de avocado levam três anos para entrar em produção. Na região Norte do Estado, que já é um polo tradicional de abacate tropical, a produtividade do avocado tem alcançado 15 toneladas por hectare, a partir do quarto ano, segundo o IDR-PR.
Para o agrônomo Mauro Tofanelli, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pesquisador do abacate, o cultivo deve crescer no Brasil devido ao grande potencial de consumo mundial do fruto. “Existe uma expansão da cultura do abacateiro não só no Paraná, mas no Brasil, incluindo a região Nordeste. Mas ainda é um incremento tímido. O abacate merece um crescimento maior, tendo em vista essa tendência de aumento do consumo da fruta nos mercados interno e externo”, observa.
Mercado internacional
De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Brasil exportou mais de 26 mil toneladas de abacate em 2023, movimentando mais de US$ 39 milhões. O interesse do mercado externo é pelo avocado, que tem a casca grossa e verde escura e o peso entre 200 e 350 gramas – menor que o abacate tradicional.
Para atender aos padrões de qualidade do mercado europeu, além de frutas visualmente atraentes, a produção não pode ter qualquer resíduo de agrotóxico. Por isso, é recomendado o uso de produtos biológicos a partir de uma fase da produção.
No Paraná, os produtores têm o acompanhamento dos extensionistas do IDR-PR em todas as etapas. Segundo Ciro Marcolini, engenheiro-agrônomo do instituto que está à frente do projeto de expansão da cultura, a região de Cornélio Procópio apresenta clima propício e solo de qualidade. “Nosso objetivo é apresentar aos produtores uma opção para diversificação da produção, visando à geração de renda no campo”, explica. O IDR-PR calcula que, em 2023, o fruto gerou uma renda aproximada de R$ 36 mil a cada produtor da região.
O produtor Edson Gudi, de Cornélio Procópio, implantou os primeiros pomares de avocado em 2020. Desde o ano 2000, a laranja de mesa era a cultura principal na propriedade, mas as perdas com o greening levaram o produtor a desistir da produção e a destinar a área ao avocado.
“A cultura é interessante e, por ser um produto para exportação, tem um mercado bem maior do que as outras variedades de abacate”, avalia Gudi, que é integrante da Cooperativa dos Fruticultores de Nova América da Colina e região (Nova Citrus), que reúne 20 produtores de avocado da região. O produtor conta que eliminou o último talhão da plantação de laranja há algumas semanas e pretende destinar, no total, 11,5 hectares da propriedade para o avocado.
O produtor Cláudio Koguissi, do município de Assaí, cultiva o avocado desde 2020 e está satisfeito com os resultados: “é uma boa opção de renda para não ficarmos na dependência de uma única cultura”. Ele implantou o avocado em 5 hectares, em áreas que eram ocupadas pela laranja, ameaçada pelo greening, e pelo café que, segundo ele, “teve um período de queda horrível de preço”. Koguissi planeja tornar o abacate hass uma das culturas principais na propriedade.
Potencial
Os pomares de avocado levam três anos para entrar em produção. Na região Norte do Estado, que já é um polo tradicional de abacate tropical, a produtividade do avocado tem alcançado 15 toneladas por hectare, a partir do quarto ano, segundo o IDR. Com preços em torno de 50% a 100% superiores aos do abacate tropical, a produção da variedade hass foi de 80 toneladas na última safra, com participação de produtores de quatro municípios da região. A expectativa, segundo Gudi, é chegar a uma produção de 150 toneladas em 2027.
Para o agrônomo Mauro Tofanelli, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pesquisador do abacate, o cultivo deve crescer no Brasil devido ao grande potencial de consumo mundial do fruto. “Existe uma expansão da cultura do abacateiro não só no Paraná, mas no Brasil, incluindo a região Nordeste. Mas ainda é um incremento tímido. O abacate merece um crescimento maior, tendo em vista essa tendência de aumento do consumo da fruta nos mercados interno e externo”, observa.
Mercado internacional
De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Brasil exportou mais de 26 mil toneladas de abacate em 2023, movimentando mais de US$ 39 milhões. O interesse do mercado externo é pelo avocado, que tem a casca grossa e verde escura e o peso entre 200 e 350 gramas – menor que o abacate tradicional. Para atender aos padrões de qualidade do mercado europeu, além de frutas visualmente atraentes, a produção não pode ter qualquer resíduo de agrotóxico. Por isso, é recomendado o uso de produtos biológicos a partir de uma fase da produção.
No Paraná, os produtores têm o acompanhamento dos extensionistas do IDR em todas as etapas. Segundo Ciro Marcolini, engenheiro agrônomo do instituto que está à frente do projeto de expansão da cultura, a região de Cornélio Procópio apresenta clima propício e solo de qualidade. “Nosso objetivo é apresentar aos produtores uma opção para diversificação da produção, visando à geração de renda no campo”, explica. O IDR calcula que, em 2023 o fruto gerou, a cada produtor da região, uma renda aproximada de R$ 36 mil.