
Criadores de búfalos receberam com entusiasmo a notícia da compra da Levitare – marca especializada na produção de queijos de búfala – pela Tirolez, anunciada na última segunda-feira (6/10). A expectativa é que o tradicional grupo mineiro de laticínios, com atuação nacional, fomente a divulgação e o consumo de um produto que hoje ainda é considerado de nicho.
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Segundo o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB), Simon Riess, não dá dados consolidados sobre o consumo de lácteos à base de leite de búfala no país, mas sabe-se que ele está concentrado principalmente nas capitais. Por isso, a entrada de um “player forte” neste mercado é vista como uma forma de ampliar a capilaridade do segmento. “Ainda tem muito mercado para atingir nos interiores dos Estados. A inserção da Tirolez pode ajudar muito”, observa.
O desafio dos criadores, agora, será atender a um possível aumento na demanda. De acordo com o presidente da ABCB, o cenário é de tranquilidade momentânea, porém “os próprios criadores vão se readequando” com a ampliação do mercado.
Riess considera que o queijo de búfala ainda é um mercado de nicho, por representar um percentual pequeno dentro do setor de lácteos no Brasil. O espaço já conquistado deve-se ao trabalho de marcas como a Bom Destino e a própria Levitare, segundo o dirigente, além de diversos laticínios artesanais. O principal argumento para ampliar esse espaço são as características do próprio produto, como a sua digestibilidade e o fato de ser rico em cálcio, proteínas e minerais.
O Brasil não exporta queijo de búfala, mas, de acordo com Riess, o mercado externo passa a ser uma possibilidade com esse novo cenário. A produção de leite de búfala no Brasil é representada principalmente pelas raças murrah e mediterrâneo.