As ações da multinacional americana Corteva, de sementes, defensivos e biológicos, registravam queda de 4,5% por volta das 15h desta segunda-feira (15/9), após a divulgação, por agências de notícias internacionais, de que a companhia estuda separar suas operações de sementes e defensivos agrícolas
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A medida, ainda em fase de avaliação, pode ser anunciada em breve, caso não haja mudanças de última hora nas negociações, segundo fontes não identificadas ouvidas por jornal americano.
A possível reestruturação teria como objetivo proteger a unidade de sementes de potenciais passivos legais ligados ao uso de pesticidas. A movimentação ocorre em um contexto em uma das principais concorrentes da Corteva, a alemã Bayer, enfrenta ações judiciais relacionadas a produtos químicos.
A Bayer contabilizou no segundo trimestre de 2025 provisões de aproximadamente 1,2 bilhão de euros para processos envolvendo o herbicida Roundup e mais 530 milhões de euros para questões relacionadas aos compostos PCB.
Criada em 2019 após a cisão da DowDuPont — fusão realizada em 2017 entre Dow Chemical e DuPont —, a Corteva é uma das líderes globais na produção de sementes geneticamente modificadas, especialmente de milho e soja, além de defensivos agrícolas. Nos Estados Unidos, Corteva e Bayer respondem por cerca de 70% do mercado de sementes de milho e soja.
No segundo trimestre de 2025, a Corteva registrou lucro líquido de US$ 1,38 bilhão, um aumento de 30,8% em relação ao mesmo período de 2024. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) operacional foi de US$ 2,16 bilhões, 13% superior ao do segundo trimestre do ano anterior. A receita líquida cresceu de US$ 6,1 bilhões para US$ 6,4 bilhões.
Desse total, US$ 4,5 bilhões vieram da divisão de sementes, sendo mais da metade relacionada a milho, e US$ 1,92 bilhão do segmento de proteção de cultivos. Herbicidas representaram 51,8% das vendas dessa área, seguidos por inseticidas, fungicidas e biológicos.
Segundo projeções de mercado, a receita da área de sementes deve chegar a US$ 9,9 bilhões em 2025, enquanto o segmento de químicos é esperado em US$ 7,7 bilhões.
Procurada, a Corteva Brasil não quis se manifestar.