
A Coreia do Sul entrou na lista de países que suspenderam a importação de produtos avícolas do Brasil, depois que o país registrou caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul.
+Confirmado primeiro caso de gripe aviário em granja comercial no Brasil
Com isso, são cinco os países e a União Europeia que mantém o embargo às compras: Chile, Argentina, Uruguai, México, Coreia do Sul.
O Japão, um dos maiores mercados consumidores dos produtos avícolas do Brasil, optou por suspender as compras apenas do município de Montenegro, onde o foco foi encontrado.
Os Emirados Árabes Unidos ainda não se manifestaram, mas a expectativa do Ministério da Agricultura e da indústria de aves é que o país deva suspender as compras da zona afetada – um raio de 10 quilômetros de onde o foco foi encontrado. O mesmo deve ser feito pelas Filipinas.
A Arábia Saudita ainda não se manifestou, mas deve embargar todo o Estado do Rio Grande do Sul.
Suspensão de certificados
Neste domingo, o Ministério da Agricultura informou que parou de certificar o país todo como livre de gripe aviária para China, União Europeia, Canadá e África do Sul.
A emissão dos certificados é definida por acordos fitossanitários e determinações da Organização Mundial de Saúde Animal.
Fim dos embargos
Neste domingo, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou que o governo está mantendo conversas diplomáticas com todos os importadores de produtos brasileiros para finalizar os embarques o mais rápido possível.
Initial plugin text
“Temos espaço para negociar, o foco é de aproximadamente 28 dias e se conseguirmos eliminar o foco e rastrear os animais, acreditamos que com transparência e eficiência, o fluxo possa ser normalizado antes dos 60 dias”, disse Fávaro.
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, também afirmou à reportagem que o bloqueio deve terminar rapidamente. “Cada país tomará decisões com base em suas próprias avaliações sanitárias. O Japão, por exemplo, já definiu que não aceitará cargas apenas da região de Montenegro [cidade afetada pelo foco de gripe aviária]”, afirmou Santin.
A maioria das zonas de produção segue um protocolo de raio de 10 quilômetros em torno dos focos identificados, conforme orientação da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Fora dessas áreas, a produção segue considerada segura, e o surto está contido. Essa política de restrições diferentes para cada destino e a rapidez das respostas brasileiras impedem, neste momento, que o setor calcule os prejuízos com exatidão.
Para efeito de comparação, os Estados Unidos exportaram 3,3 milhões de toneladas de carne de frango no ano passado, mesmo com episódios de gripe aviária registrados em diversos estados.