Veja qual é a época para plantar a fruta, como escolher sementes, quanto tempo leva até a colheita e outras dicas de manejo Segundo a Embrapa, o cultivo de maracujá está em expansão no Brasil, tanto para o consumo in natura como para a produção de sucos. Apesar de ser uma cultura de manejo simples, alguns cuidados são essenciais para garantir o bom desenvolvimento do maracujazeiro. Confira este guia completo e aprenda como plantar maracujá.
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Escolha das sementes e mudas
O pesquisador da Embrapa, Fabio Faleiro, orienta que o melhor é comprar sementes ou variedades do maracujá que sejam certificadas e registradas no Ministério da Agricultura ou de produtores que o Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem).
Sementes certificadas garantem bons frutos, já que são geneticamente melhoradas e testadas, além se serem mais resistentes às doenças e pragas. No entanto, as sementes da fruta também podem ser utilizadas para cultivo de subsistência. Veja como:
Para retirá-las, extraia a polpa do maracujá e a transfira para uma peneira.
Lave as sementes em água corrente, esfregando suavemente com os dedos para remover os resíduos de polpa.
Em seguida, espalhe as sementes sobre papel-toalha e deixe secar à sombra por 1 a 2 dias, para evitar o surgimento de fungos e aumentar a taxa de germinação.
Espere até que elas estejam completamente secas para começar o processo.
Onde plantar maracujá?
O maracujá é uma planta trepadora, ou seja, que precisa de uma estrutura para se desenvolver. Por isso, é bom plantá-lo com auxílio de espaldeiras, em muros, no fundo de quintal e em pequenas a grandes propriedades.
Quando plantar maracujá?
De clima tropical, a fruta se adapta bem em todo território do país, podendo ser cultivado do Rio Grande do Sul a Roraima. No entanto, seu plantio pode variar conforme o clima.
De forma geral, o maracujá precisa de alta incidência de luz solar e temperaturas acima de 18°C para se desenvolver. Veja quando cultivar maracujá conforme a região do país, segundo artigo publicado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Sudeste: outubro e novembro, com colheita de novembro a agosto.
Nordeste: como o clima é quente o ano todo, a produção é quase contínua;
Norte: entre março e junho;
Centro-Oeste: o plantio ideal é no início das chuvas, entre outubro e novembro.
Sul: devido ao frio e menor luminosidade, a produção é limitada a 6 a 8 meses por ano, sendo o cultivo viável apenas em regiões litorâneas.
O maracujazeiro pode ser plantado em pequenas, médias e grandes propriedades, bem como em fundo de quintal
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Cuidados com o solo
O produtor deve preparar uma cova ou um berço de 40cm x 40cm x 40cm com adubação orgânica. Com relação à profundidade, é ideal que a planta fique imersa entra a parte aérea e a radicular, de forma que não fique enterrada no solo. Se a planta estiver em uma profundidade maior, é provável que, na irrigação, forme uma bacia de água, levando ao apodrecimento da planta.
Os solos brasileiros são ácidos e possuem alta concentração de alumínio. Por isso, antes de plantar maracujá é preciso realizar a correção com adubação orgânica ou convencional no plantio e na produção. O produtor deve ficar atento, porém, à quantidade utilizada segundo a expectativa de produção e a idade da planta, para que esta não sofra um esgotamento de nutrientes.
Só no Brasil, existem cerca de 150 espécies de maracujá
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Quantas vezes devo regar o maracujá?
A orientação é nunca deixar o solo completamente seco, mantendo a frequência da rega a cada dois dias. De acordo com Fabio Faleiro, a irrigação deve ser feita em todos os pomares para evitar déficit hídrico.
“Se a planta for mais nova, ela bebe menos água. Se for mais velha, mais água. Mas o produtor deve considerar fatores climáticos e a região onde está o pomar”, explica.
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Quando colher o maracujá?
Os sinais de que o maracujá está pronto para ser colhido são visíveis. No caso do maracujá azedo, o ponto ideal da colheita é quando ele se desprende do maracujazeiro e cai no chão. Tratando-se do maracujá fresco, aquele que vende nos mercados, o ponto de colheita é quando a casca atinge 30 a 40% da cor amarela. Este processo costuma ocorrer entre 6 a 8 meses após o plantio.
Após a colheita, o pesquisador da Embrapa recomenda que os frutos sejam armazenados em uma câmara fria. Esse procedimento aumenta o período de pós-colheita, fazendo com que o fruto dure mais tempo nos mercados.
Mais dicas de manejo
O manejo integrado é a melhor solução para controlar e evitar o aparecimento de pragas e doenças na plantação. Segundo Faleiro, o produtor deve fazer uma boa nutrição e irrigação no solo, investir na rotação de cultura, realizar o controle biológico e dar a devida atenção à escolha das mudas, priorizando variedades mais resistentes.
A polinização deve ser a cruzada, ou seja, é necessário que se plante 2 a 4 cultivares do maracujá, já que essa prática aumenta a variabilidade genética no pomar e, consequentemente, a eficiência da polinização e o crescimento de bons frutos. A polinização cruzada pode ser feita de forma manual, quando o produtor utiliza as mãos para levar o pólen de uma flor para outra.
Vale lembrar que a cultura do maracujá pode ser acometida por diferentes pragas e doenças. De acordo com Faleiro, as principais são a mosca do botão floral, percevejos, larvas, vírus, bactérias e fungos.
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Quais são os benefícios do maracujá?
O Brasil é líder na produção mundial de maracujá, chegando a atingir aproximadamente 1 milhão de toneladas por ano, conforme a Embrapa. O tamanho da produção se justifica pela demanda interna, já que a fruta é uma das mais consumidas pelo brasileiro, seja in natura ou em suco, graças ao sabor cítrico e suas propriedades medicinais e nutricionais.
“Temos uma diversidade riquíssima de variedades do maracujá no Brasil, com mais de 150 espécies diferentes. O mais comum aqui é o maracujá azedo, que domina 90% dos pomares brasileiros, mas temos também o maracujá doce, os silvestres, aromáticos, ornamentais e medicinais”, afirma a cartilha da Embrapa “Maracujá – 500 perguntas, 500 respostas”. Confira os benefícios da fruta para a saúde:
Fruta rica em nutrientes
Do gênero Passiflora, o maracujá é conhecido pelo seu sabor azedo marcante, por ser o ingrediente principal de muitas receitas – como o mousse de maracujá – e por ser rico nutricionalmente. Além da vitamina C, que melhora a imunidade, o maracujá possui potássio, fósforo, magnésio e fibras. O último é um aliado da saúde intestinal e das pessoas que tem diabetes, pois ajuda a reduzir a absorção de carboidratos. Apesar disso, vale lembrar que o maracujá não substitui o tratamento adequado da doença.
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O maracujá também possui a fibra pectina, responsável por melhorar o fluxo intestinal, além de ajudar a reduzir os níveis de colesterol. Por ser uma fruta anti-inflamatória, o maracujá pode contribuir para saúde cardiovascular. A polpa da fruta contém hesperidina, uma substancia que atua como uma camada protetora do coração.
Propriedades terapêuticas
O maracujá é conhecido por provocar sonolência. Essa fama não é à toa, visto que, além dos benefícios à saúde, a polpa da fruta possui flavonoides, alcaloides e magnésio. Juntas, as três substâncias atuam no sistema nervoso, causando um efeito analgésico e calmante, controlando os níveis de estresse e ansiedade, e atuando no combate à insônia.
Os efeitos terapêuticos do maracujá também estão presentes as suas flores e folhas. Ambos são ricos em passiflorina, uma substancia que atua no sistema nervoso e que provoca sensação de relaxamento muscular e tranquilizante. A passiflorina é muito utilizada em calmantes fitoterápicos.
*Sob supervisão de Denise Saueressig e Raphael Salomão