
Armazenamento adequado e planejamento na hora das compras pode evitar jogar comida fora O Brasil está entre os países que mais desperdiçam alimentos no mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de 60 milhões de toneladas de comida são jogadas fora todos os anos no país — o que dá, em média, 41 quilos de alimento desperdiçado por pessoa.
Leia também
Caixas compartilhadas reduzem custos para o produtor de frutas
Startups reforçam combate ao desperdício de alimentos
Dez alimentos que podem virar adubo para plantas
Parte desse desperdício acontece dentro de casa, a forma como os alimentos são armazenados também influencia diretamente na sua durabilidade. A EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) traz algumas orientações práticas que podem colaborar para evitar perder os alimentos:
Planejamento e compras
Tudo começa antes mesmo de sair para o mercado. Planejar as refeições da semana e fazer uma lista com o que realmente vai ser consumido ajuda a evitar compras desnecessárias. Além disso, pensar em como reaproveitar as sobras é uma ótima forma de evitar o lixo.
Armazenamento correto pode evitar desperdícios
Canva/Creative Commons
Armazenamento adequado
Utilizar potes com tampa, de preferência herméticos, ajuda a conservar melhor os alimentos, evitar contaminações e reduzir odores. Congelar alguns itens também pode ser uma boa estratégia. Um estudo publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, mostrou que, em muitos casos, vegetais congelados retêm mais vitaminas — como C, B2 e E — do que os frescos armazenados por vários dias na geladeira.
Desperdício na distribuição dos alimentos
O transporte e a distribuição de alimentos, especialmente de hortifrutigranjeiros, ainda concentram uma grande parte das perdas. Por serem mais delicados, esses produtos sofrem mais durante o trajeto — que, no Brasil, costuma ultrapassar 700 km entre a lavoura e o ponto de venda. Segundo o Sippoc (Esalq-Log), cerca de 20% dos hortifrutis se perdem apenas nessa etapa.
Hortifruti
Canva/Creative Commons
A tecnologia tem se mostrado uma aliada nesse processo. Um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por exemplo, testou a produção de embalagens biodegradáveis a partir de resíduos do processamento de mirtilo, resultando em filmes ativos que ajudam a prolongar a conservação dos alimentos. Já uma pesquisa da Universidade Estadual de Maringá (UEM) também aponta soluções como:
Embalagens com Atmosfera Modificada (AM): ajustam os gases dentro da embalagem para desacelerar o amadurecimento e a deterioração dos produtos.
Armazenamento em Atmosfera Controlada (AC): aplicado em ambientes maiores, permite controlar os níveis de oxigênio e dióxido de carbono para manter os alimentos frescos por mais tempo.
Revestimentos comestíveis: películas finas aplicadas sobre os alimentos que reduzem a perda de umidade e limitam o contato com o oxigênio.