Em parceria com quatro sócios, a Coopercitrus, cooperativa com sede em Bebedouro e atuação em quatro Estados, vai inaugurar no fim de agosto em Guaraci (SP) uma fábrica de fertilizantes organominerais dentro do confinamento da Agropastoril Campanelli, um dos sócios do empreendimento de R$ 120 milhões, com expectativa de faturar até R$ 500 milhões em 2027.
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Denominada Tello, nome da deusa da terra na mitologia greco-romana, a empresa nasceu da união da Coopercitrus com Tecnobeef, Amaggi, Souza e Lucas Participações e Grupo Viola. A Tecnobeef, do grupo Campanelli, tem expertise no segmento de nutrição animal de precisão para bovinos. A Amaggi é uma das maiores produtoras e originadoras de soja, milho, algodão, fibras e sementes, com sede em Cuiabá (MT). A holding Souza e Lucas Participações tem foco em soluções tecnológicas e práticas agrícolas eficientes e o Grupo Viol, do empreendedor Carlos Pelicer, atua no cultivo de café no sul de Minas.
“Decidimos unir a expertise das parceiras para potencializar a qualidade, inovação e distribuição do produto que chamamos de fertilizante biointeligente”, diz Fernando Degobbi, CEO da maior cooperativa do país em número de associados, com 42 mil produtores, que tem mais de 500 pessoas no time comercial e fica como o principal distribuidor do produto.
O executivo destaca que a Tello nasce com a vantagem competitiva de ter sua fábrica instalada dentro do confinamento da Campanelli, a 800 metros de onde se produz 100 mil toneladas de composto orgânico por ano. A indústria começa a funcionar com uma planta de farelado de 50 mil toneladas e em fevereiro de 2026 deve começar a produzir granulado, empregando diretamente 80 pessoas inicialmente. Em plena operação terá capacidade para produção de 200.000 toneladas de fertilizantes.
Para 2027, está prevista a inauguração da segunda planta da Tello, desta vez na área da Amaggi, no Mato Grosso.
No ano passado, a Coopercitrus também fez uma joint-venture com a Agroallianz, marca do grupo alemão DVA, que voltou a operar no Brasil. A cooperativa adquiriu 15% e ficou responsável por comercializar o portfólio de soluções químicas e organominerais da empresa em suas áreas de atuação em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Segundo o engenheiro agrícola Degobbi, as parcerias com outras empresas abrem mais perspectivas de oferecer um serviço mais completo ao produtor na medida de suas reais necessidades, incluindo as novidades em máquinas, equipamentos e insumos.
“O que o produtor precisa é desembarcar a tecnologia na propriedade dele. Se você oferece muita tecnologia embarcada, muitas vezes ele está pagando o valor de uma máquina ou de uma tecnologia que não vai usar. Agora, se você tem soluções que pode ir colocando, como a aplicação de serviços no momento em que o agricultor precisa, isso otimiza o orçamento dele.”
A cooperativa que projeta faturar R$ 9 bilhões neste ano também pretende lançar em breve a pedra fundamental de um complexo em Araçatuba com CD (centro de distribuição) para insumos, silo para receber matéria-prima, fábrica de rações e estrutura para entregar diesel nas propriedades dos associados. O investimento será de R$ 80 milhões e a previsão de inauguração é para dois anos.
Atualmente, a Coopercitrus já entrega 85 milhões de litros de diesel por ano direto na fazenda dos cooperados, que têm ganhos de logística e a vantagem de pagar mais barato pelo combustível.