A Agrobom, empresa de armazenagem e comercialização de grãos, tem se preparado para alcançar um crescimento de 25% em comercialização de grãos na safra 2025/26.
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“A intenção é nos próximos cinco anos dobrarmos o volume comercializado, com a parceria com a Cooxupé. Neste ano vamos comercializar 130 mil toneladas, mas temos potencial para receber quase 1 milhão de toneladas da cooperativa. Se soubermos fazer o dever de casa, conseguimos crescer rapidamente e co estabilidade”, afirma Marco Castelli, diretor comercial da Agrobom.
Em janeiro deste ano, a Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), maior cooperativa comercializadora de café do mundo, fez uma sociedade com a Agrobom, para recebimento, comercialização e exportação de grãos, como soja e milho. A Cooxupé passou a deter participação majoritária na Agrobom. A família Castelli, fundadora da empresa, segue como sócia minoritária, permanecendo na diretoria.
Em 2025, a companhia estima fechar o ano com exportação de 130 mil toneladas de grãos, aumento de 8% em relação ao ano passado. O desempenho fica abaixo da expectativa inicial, que era crescer de 10% a 20% a comercialização de grãos, após a união com a Cooxupé.
Segundo Castelli, o processo de análise para aprovação do negócio pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) acabou demorando mais do que o esperado, gerando impacto no negócio. O Cade aprovou a operação em 30 de julho. O aporte de recursos da Cooxupé na Agrobom só foi realizado depois de 31 de julho, diz o executivo.
“Houve um crescimento, mas não como esperado pelos atrasos nas formalidades de aprovação do negócio”, diz Castelli.
O executivo diz que nesse período, a empresa e a cooperativa já fizeram a integração de algumas atividades, além de implantar mais regras de governança corporativa na empresa.
A Cooxupé já fornece insumos e assistência técnica aos produtores cooperados na área de grãos, enquanto a Agrobom atuou na armazenagem e comercialização do volume produzido de soja, milho, trigo e sorgo.
A Cooxupé possui 20,5 mil cooperados, em mais de 300 municípios em Minas Gerais e na região da Mogiana, em São Paulo. Desse total, entre 20% e 25% produz grãos em 270 mil hectares.
Em 2024, a produção de grãos dos cooperados foi de 546 mil toneladas de soja e 936 mil toneladas de milho. A expectativa da Cooxupé para este ano era um número igual ou um pequeno incremento. A cooperativa não divulgou os dados da colheita de soja e milho na safra 2024/25.
Castelli diz que cerca de 30% dos cooperados da Cooxupé que plantam grãos já são clientes da Agrobom. “A expectativa é a vinda de novos cooperados para a nossa carteira. Os produtores têm mostrado interesse”, afirma. A empresa segue recebendo grãos de 400 produtores da região que já eram clientes mas não são cooperados.
Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé, diz que o objetivo da cooperativa com a sociedade na Agrobom é obter um crescimento acelerado em grãos, aproveitando o potencial da região, mas sem deixar de ter no café o seu principal foco.
“De início, já caminha muito bem. No orçamento de 2025, o que estava previsto em venda de insumos para esta área no primeiro ano de operação já foi superado”, afirma Melo.
O presidente da Cooxupé também diz, sem citar valores, que o investimento da cooperativa na Agrobom tem em vista fortalecer a comercialização de grãos e também verticalizar o negócio, seja com esmagamento de soja, produção de etanol, óleo de soja ou até produção de carnes aproveitando a produção de farelo de soja e DDG do milho.
“Temos essa oportunidade. Estamos relativamente próximos do porto de Santos e com a verticalização é possível gerar uma margem um pouco melhor para o nosso cooperado”, afirma Melo. Ele acrescenta que a região do sul de Minas Gerais e da Alta Mogiana, em São Paulo, tem negócios de processamento e armazenagem de grãos, mas ainda é pouco representativo. “Queremos dar força para que isso se desenvolva”, diz Melo.
A Agrobom possui matriz em Bom Jesus da Penha e filiais em Alpinópolis, Pratápolis e Carmo do Rio Claro, no sul de Minas Gerais. Castelli diz que a empresa estuda abrir pelo menos duas unidades para recebimento de grãos em 2027.
“Estamos fazendo um levantamento das regiões para identificar onde é preciso ter novos armazéns, identificando demandas na parte logística”, diz Castelli. A Agrobom também trabalha no desenvolvimento de ferramentas tecnológicas para auxiliar os produtores na gestão das lavouras.