Ministro defende que os novos percentuais vigorem imediatamente O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta sexta-feira (6/6) que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) vai discutir o aumento das misturas do etanol na gasolina para 30% e do biodiesel ao diesel fóssil para 15% na próxima reunião, que será realizada até julho. Ele defende que os novos percentuais vigorem imediatamente, ou seja, a partir do segundo semestre deste ano.
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“Há absoluta possibilidade [de votar o aumento da mistura do etanol]. Eu tenho defendido que entre no próximo CNPE, tem todas as condições pra isso”, afirmou em conversa com jornalistas nos bastidores da entrega do certificado da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) ao Brasil de país livre de febre aftosa sem vacinação, em Paris.
Silveira disse que o possível aumento do teor de adição do etanol na gasolina, de 27,5% para 30%, ajudará a baixar o preço do combustível na ponta. “O etanol, diferente do biodiesel, que precisa estar sempre acompanhando o preço pra ver se não tem impacto econômico, só tem impacto positivo”, disse. “Como temos trabalhado focados em redução de preço, em manter a estabilidade econômica para criar um círculo virtuoso, para geração de emprego e renda no Brasil, o E30 só tem fatores positivos sociais e econômicos”, acrescentou.
O ministro garantiu que a posição da equipe econômica é favorável ao aumento da mistura. “É fundamental que a gente faça [a elevação da mistura]. Com isso, vamos nos tornar completamente independentes de importação. Isso pode fazer com que o parâmetro da composição de preço da gasolina mude no Brasil”, indicou.
Silveira lembrou que a Lei do Combustível do Futuro já permite aumentar a mistura até 35%, mas que a elevação será a 30%, com base em testes feitos com a participação das fabricantes de automóveis .
“Asseguramos a longevidade e eficiência do combustível com essa mistura. O etanol tem octanagem até maior que o da gasolina, isso ajuda na performance dos motores”, completou.
O ministro também disse que o CNPE deverá discutir o aumento da mistura do biodiesel ao diesel, para 15%. Esse teor deveria ter entrado em vigor em março, mas o governo adiou o incremento em momento de preocupação com a inflação no país.
A expectativa era que o percentual de 14% vigorasse por apenas dois meses. Com a turbulência no mercado internacional, com reflexos na valorização da soja naquele momento, as usinas processadoras da oleaginosa não pressionaram o governo para elevar a mistura.
Agora, disse Silveira, há condições para retomar a discussão sobre o assunto no CNPE. “Criou-se todas as condições para voltar a discussão [do B15] na reunião do CNPE já que os preços estão altamente reduzidos, tivemos uma safra muito grande da soja no Brasil, o que ajuda a equilibrar a balança comercial”, afirmou.
“Minha defesa é que volte ao CNPE com a discussão do B15 e E30. Para vigorar imediatamente, no segundo semestre. Essa é a nossa defesa”, concluiu.
Recentemente, lideranças do setor produtivo do biodiesel se reuniram com Silveira, no gabinete dele em Brasília, para tratar desse assunto.
A próxima reunião do CNPE ainda não tem data confirmada.