O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes confirmou, em reunião, que vai ser candidato ao Governo do Estado do Ceará mais uma vez, em 2026, disputando pelo PSDB. Ele discutiu o tema em reunião com o deputado federal Danilo Forte (União Brasil), na capital cearense.
“É um prazer te dar um abraço aqui no seu quartel general, nos muitos quartéis generais que você tem”, disse Ciro, ao falar com Danilo Forte, em vídeo publicado nas redes nesta segunda (29). “Claro que a gente tem o que é mais importante de tudo, que é a raça, a força, a coragem, o talento, a inteligência do povo cearense, que pode desdobrar e desenvolver qualquer parada, mas nesse instante o povo do Ceará está com medo da violência”, disse, fazendo alusão à atuação das facções criminosas no estado. “A gente precisa dar cada um de nós o que puder para ajudar o nosso povo a achar um caminho de mudança, e é isso que eu vim tratar com você. Um forte abraço e feliz de 2026 para todos nós”, continua.
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Tratativas com o PL
As declarações sucedem um imbróglio envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado do Ceará. No início do mês, o deputado federal André Fernandes (PL) anunciou, durante coletiva de imprensa em Brasília, que as negociações políticas com Ciro estão suspensas por tempo indeterminado. Segundo o parlamentar, a decisão foi tomada após um “ruído de comunicação” dentro do Partido Liberal e diante do impacto causado pela restrição de comunicação imposta a Bolsonaro, preso sob acusação de tentativa de golpe.
A suspensão foi oficializada após uma reunião da cúpula nacional do PL, que ocorreu na capital federal. Ao se pronunciar, André Fernandes afirmou que o partido decidiu fazer uma pausa estratégica nas articulações envolvendo Ciro Gomes, que vinha sendo considerado uma possível peça-chave na formação de uma frente de oposição ao PT no Ceará. “Vamos repensar e analisar um futuro melhor para o Estado do Ceará”, declarou o deputado, ressaltando que permanece comprometido em contribuir para o fortalecimento da oposição no estado.
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Fernandes relembrou que as conversas com Ciro vinham ocorrendo com o aval de Jair Bolsonaro. De acordo com o parlamentar, Bolsonaro e lideranças do partido, como o senador Flávio Bolsonaro (PL), tinham conhecimento das tratativas iniciais. Ele destacou ainda que Ciro Gomes, apesar de não ter declarado oficialmente pré-candidatura ao governo cearense, vinha se posicionando como crítico da gestão petista no estado, o que, segundo Fernandes, justificava a aproximação.
Filiação
Ciro Gomes voltou ao PSDB em filiação que ocorreu no mês de outubro deste ano, com presença de aliados tucanos e de outros partidos – incluindo autoridades do PL. Na ocasião, o ex-prefeito de Fortaleza José Sarto também foi filiado.
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Compareceram ao evento deputados e lideranças políticas de dentro e fora do PSDB, incluindo o ex-governador e ex-senador Tasso Jereissati (PSDB), o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (sem partido), os ex-deputados Capitão Wagner (União Brasil) e Heitor Férrer (União Brasil), os deputados estaduais Carmelo Neto (PL) e Emilia Pessoa (PSDB) e o deputado federal André Fernandes (PL).
A filiação antecipa movimentos para a disputa eleitoral de 2026, com Ciro devendo disputar mais uma vez o Governo do Estado – ele comandou o Executivo estadual de 1991 a 1994.
O presidente estadual do PSDB no Ceará, Ozires Pontes, havia anunciado a filiação de Ciro nas redes sociais na noite da última sexta-feira (17), indicando ainda que ele deve se lançar candidato a governador. Tasso Jereissati é creditado como tendo papel decisivo para convencer Ciro a escolher o PSDB, após o ex-governador avaliar convites de outras legendas, incluindo União Brasil e PP.
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