Ciro diz que atacava Capitão Wagner por “solidariedade cega” ao irmão Cid Gomes

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) disse que errou ao atacar Capitão Wagner (União Brasil) durante o período em que foram adversários políticos, justificando que o fazia por “solidariedade cega” ao irmão Cid Gomes (PSB). A declaração foi feita nesta quarta-feira (5), durante a cerimônia de filiação do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio ao União Brasil, partido de Wagner.

Ciro, na ocasião, pontuou que hoje entende que a hostilidade que teve com Wagner foi um erro fruto de uma defesa leal, porém equivocada. Ele destacou que Wagner, que já foi seu adversário político ferrenho, tinha uma “vocação política não adestrada” e agia de boa-fé, representando interesses da Polícia Militar do Ceará (PMCE).

A fala demonstra uma mudança significativa no tom de Ciro, que anteriormente acusava Wagner de liderar motins da Polícia Militar e efetivamente impulsionar a violência no estado do Ceará. O novo discurso surge num contexto de reorganização da oposição cearense, em que Ciro mira a disputa eleitoral de 2026 – possivelmente com uma candidatura ao Governo do Estado.

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Na ocasião, lideranças estaduais e nacionais prestigiaram a filiação de Roberto Cláudio. Além de Ciro e Wagner, também estiveram presentes o ex-prefeito de Fortaleza José Sarto (PSDB) e o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB). Também participaram do evento governadores, senadores e deputados do União Brasil, entre eles o presidente nacional do partido, Antonio Rueda, e o vice-presidente, ACM Neto, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

A filiação de Roberto Cláudio encerra um processo iniciado em junho, quando anunciou a saída do PDT devido à conjuntura da política local – o PDT migrou para próximo do governo de Elmano de Freitas e do PT, grupo contra o qual Roberto Cláudio faz oposição. Além dele, Ciro e Sarto também deixaram o PDT para procurar outras siglas.

O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, ressaltou que a chegada de Roberto Cláudio sinaliza “o início de uma mudança no Ceará”, com a formação de uma frente política para construir um novo futuro para o estado. Ciro Gomes, recém-filiado ao PSDB, elogiou Roberto Cláudio, identificando-o como “um político completo” e “o maior prefeito da história de Fortaleza”.

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Ciro no PSDB

A filiação de Ciro ao PSDB ocorreu no último mês, em Fortaleza. Na ocasião, também se filiou ao partido o ex-prefeito José Sarto. Durante a cerimônia, o ex-governador do Ceará e ex-ministro chegou a afirmar que “pelo Brasil eu morro, mas pelo Ceará eu mato”. A frase, dita em tom de exaltação, marcou o discurso do ex-presidenciável e ocorre no contexto da preparação para disputar novamente o Governo do Ceará nas eleições de 2026.

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“Eu já disse que pelo Brasil eu morro, mas pelo Ceará eu mato. E eu estou pronto para começar uma tarefa. […] Deixem só que eu, sendo muito agradecido pelo estímulo, pelo apoio, pelo carinho, que lhes diga com a minha experiência o que é a tarefa para hoje. Amanhã nós estaremos reunidos de novo para amadurecer o que cada um vai fazer”, declarou Ciro.

2026

Ainda não está definido se Ciro e Roberto Cláudio terão aliança com o PL nas eleições majoritárias de 2026. RC chegou a se aproximar do PL no segundo turno das eleições municipais de Fortaleza em 2024, apoiando o então candidato André Fernandes. O próprio André, por outro lado, já reafirmou que o PL pretende lançar candidatura própria ao governo estadual. As definições sobre alianças e chapas devem ocorrer até meados de 2026, antes das convenções partidárias.

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