Certificado sanitário foi entregue pela Organização Mundial de Saúde Animal Cerca de 250 empresários e autoridades brasileiras participaram de um churrasco para degustação de carnes do Brasil, em Paris, em comemoração do reconhecimento do país como livre de febre aftosa sem vacinação. O evento ocorreu no Pavillon Royal, um charmoso ambiente da capital francesa, a quatro quilômetros da Torre Eiffel, principal ponto turístico da ‘Cidade Luz’.
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Foram servidos cerca de 160 quilos de carne bovina e 40 quilos de frango. São cortes bovinos como picanha e bife ancho. Os produtos congelados chegaram a Paris dois dias antes, de avião. Havia um buffet com acompanhamentos, como salada verde, arroz e legumes cozidos, e doces de sobremesa. Uma mesa de sushi foi colocada, caso alguém não fosse afeto às carnes bovina e de aves.
O churrasco foi preparado pela equipe do Barbacoa, rede de restaurantes com unidades em São Paulo, Brasília, Salvador, Campinas (SP), Milão, na Itália, e Tóquio, no Japão. A empresa tem uma parceria com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) há cerca de 20 anos, com diversas participações em feiras e jantares a clientes em várias partes do mundo.
Três funcionários da unidade de São Paulo, liderados pelo chef churrasqueiro e dono do Barbacoa, Jeferson Finger, prepararam o churrasco.
Carne na grelha. Cerca de 200 quilos foram servidos em Paris, para comemorar o novo status sanitário do Brasil
Rafael Walendorff
A previsão era servir o almoço às 14h30, mas o horário mudou para se adaptar à agenda de autoridades, como a do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que acompanhou o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encerramento do Fórum Empresarial Brasil-França, no Hotel Intercontinental Le Grand, que também atrasou e terminou só após as 18h.
Diversos empresários das indústrias de carnes estiveram no churrasco. Os irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, prestigiaram o evento, mas saíram pouco depois das 18h, antes da chegada de Fávaro ao local. Marcos Molina, presidente do Conselho de Administração da Marfrig, Renato Costa, presidente da Friboi, e João Campos, presidente da Seara, também participaram.
José Stival Jr, diretor de exportação da Cooperfrigu, e Magno Gaia, CEO do grupo Ramax, que tem operações de exportações e frigoríficos em São Paulo, Mato Grosso e Pará, também estavam ali.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que acompanhavam a comitiva do presidente Lula, marcaram presença no churrasco de comemoração da Abiec como autoridades do governo federal. O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), também esteve no evento.
Churrasco em Paris reuniu cerca de 250 pessoas, entre empresários e autoridades
Abiec
Em discurso durante o churrasco, o presidente da Abiec, Roberto Perosa, fez agradecimentos ao ministro Carlos Fávaro, pela obtenção do certificado de livre de aftosa sem vacinação e por outras pautas em andamento em temas de sustentabilidade, rastreabilidade, aumento da produtividade e modernização do sistema sanitário, disse.
“O ministro atende a todos, pequenos, médio e grande, sabe as necessidades de cada um. Sou testemunha do seu trabalho. Para nós, é uma honra continuar esse trabalho com um governo comprometido com o setor”, afirmou Perosa.
Saiba-mais taboola
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, disse que Fávaro está “deixando uma marca para o agronegócio brasileiro”. Ele agradeceu pela manutenção do secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, à frente da secretaria e a escolha de Luis Rua, na Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, para substituir Perosa, então secretário. Rua antes era diretor da ABPA.
Fávaro disse que o momento é difícil por conta da intolerância no mundo, mas que sente a sinceridade dos empresários do agronegócio. “Sinto com orgulho a sinceridade quando falo com cada empresário, líder da agropecuária, sobre a gratidão a esse time do ministério, pelo trabalho que desempenha em prol do setor”, disse no discurso.
“É muito difícil nesse momento do mundo, onde a intolerância reina e pessoas não conseguem conviver com os divergentes, com quem pensa diferente. De repente, tem que ter exercício de dialogar, de compreender, e a tolerância volta a reinar e as coisas começam a ser produtivas”, completou.
Fávaro mantém boas relações com parte do agronegócio, principalmente da agroindústria, mas é criticado por alas do setor primário, como entidades mais vinculadas ao governo passado.
*O jornalista viajou a convite da Abiec