O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de agosto registrou queda de 3,8% em relação a julho, fechando o mês em 1,27. O movimento indica um cenário mais favorável para os produtores no que diz respeito à relação de troca entre fertilizantes e commodities agrícolas, segundo dados divulgados pela Mosaic Fertilizantes. Segundo a Mosaic, no IPCF, quanto menor for o índice, melhor é a relação de troca para o produtor.
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A redução do IPCF foi impulsionada, principalmente, pela valorização das commodities agrícolas e pela leve queda nos preços dos fertilizantes. Conforme os dados divulgados pela Mosaic, os fertilizantes apresentaram uma redução média de 1,5% nos preços, influenciada por variações no balanço global de oferta e demanda de matérias-primas, além do avanço da janela de entregas para a safra de verão no Brasil.
Apesar da proximidade do plantio, o mercado ainda possui cerca de 10% do volume de fertilizantes a ser negociado para a cultura da soja. Todos os Estados brasileiros seguem com saldo de mercado, com destaque para Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás. A expectativa é que a demanda se intensifique nas próximas semanas, o que pode aumentar a pressão sobre a logística de entrega dos insumos.
No campo das commodities, o mês de agosto foi marcado por alta de 4% nos preços da soja, 3% para o milho e 4% de valorização para a cana-de-açúcar. O algodão foi a única cultura a registrar queda, de 4%, sem impacto significativo na média ponderada. A valorização das commodities foi atribuída, entre outros fatores, à revisão dos estoques globais de soja pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) e ao aumento da demanda da China pela oleaginosa brasileira.
Outro elemento que contribuiu para a variação do índice foi o câmbio. O dólar registrou queda de 1,5% no mês, refletindo a cautela dos mercados diante das políticas comerciais adotadas pelos Estados Unidos.
Apesar do momento relativamente positivo para a aquisição de fertilizantes, o setor segue atento às condições de crédito. Relatos de produtores e distribuidores indicam aumento nas dificuldades de acesso ao financiamento, em razão de maior rigor por parte dos canais de distribuição e da retração do mercado financeiro. A liberação de crédito tem exigido garantias integralmente formalizadas, o que tem impactado o ritmo das negociações e entregas.
Com o início do plantio da safra de verão, a disponibilidade de crédito é apontada como fator determinante para assegurar o andamento das operações no campo, pontua o relatório.
O cálculo do Índice considera os preços médios dos principais fertilizantes utilizados no Brasil – MAP (fosfato monoamônico), SSP (supersimples), ureia e KCL (cloreto de potássio – e das principais commodities agrícolas. Além disso, é levado em consideração o câmbio, uma vez que 70% dos custos com fertilizantes e 85% da receita com commodities são influenciados pela variação cambial, segundo a Mosaic.