O Ceará aparece em quarta colocação entre os estados com os piores rendimentos do trabalho no Brasil – ou seja, figura entre os estados em que o trabalho rende menos dinheiro. Os dados foram publicizados nesta quinta-feira (9), a partir da pesquisa “Censo 2022: TRABALHO E RENDIMENTO: Resultados preliminares da amostra”, com base no levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A renda média do estado é de R$ 1.971, superando apenas os estados do Maranhão (R$ 1.855), Piauí (R$ 1.905) e Bahia (R$ 1.944). Para além disso, o município cearense de Salitre figura entre as oito cidades com os piores rendimentos do trabalho em todo o Brasil, com uma média de apenas R$ 851.
O estado do Ceará tem uma proporção de 22,7% de moradores com renda mensal de até um quarto de salário mínimo (ou seja, R$ 379,50), à frente apenas de Alagoas (23%), Pará (24,7%), Acre (25,4%), Roraima (25,5%), Maranhão (25,5%) e Amazonas (28,4%).
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Nordeste
A Região Nordeste do Brasil apresenta o pior rendimento do trabalho do país, conforme os dados. O salário médio mensal na região é de R$ 2.015, valor significativamente inferior à média nacional de R$ 2.851.
Segundo o IBGE, essa diferença expressiva indica uma forte desigualdade regional no mercado de trabalho, agravada pelo fato de que três estados nordestinos – Maranhão, Piauí e Bahia – registram os menores rendimentos nominais médios mensais do país, com R$ 1.855, R$ 1.905 e R$ 1.944, respectivamente. Em contrapartida, as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul apresentam rendimentos acima da média nacional, liderados pelo Centro-Oeste com R$ 3.292.
O levantamento também revela que mais de um terço dos trabalhadores brasileiros (35,3%) recebe até um salário mínimo, o que reflete a baixa remuneração prevalente em muitas áreas, especialmente no Nordeste. As disparidades são ainda mais evidentes ao se considerar fatores sociais, como gênero e raça, com homens e pessoas brancas ou amarelas recebendo remunerações maiores que mulheres e pessoas pretas, pardas e indígenas.
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O índice de concentração de renda, medido pelo Índice de Gini, é maior nas regiões Norte (0,545) e Nordeste (0,541), indicando que a desigualdade é mais acentuada onde os rendimentos são mais baixos.
Em 9,3% dos municípios brasileiros, o rendimento médio do trabalho era inferior a um salário mínimo
Em 520 dos 5.571 municípios do país, ou, 9,3% do total, o rendimento nominal médio mensal de todos os trabalhos das pessoas ocupadas estava abaixo de um salário mínimo (R$1.212). Por outro lado, em 19 municípios, este indicador superava R$ 4.848, ou seja, mais de quatro salários mínimos.
Os dez municípios com os menores rendimentos médios mensais de todos os trabalhos estavam no Nordeste, e o menor valor foi o de Cachoeira Grande/MA (R$ 759), com Caraúbas do Piauí/PI (R$ 788) e Mulungu do Morro/BA (R$ 805) a seguir. Por outro lado, os 10 municípios com os maiores rendimentos médios do trabalho estavam no Sul e Sudeste, com destaque para Nova Lima/MG (R$ 6.929), São Caetano do Sul/SP (6.167) e Santana de Parnaíba/SP (R$ 6.081).
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Mais de um terço dos trabalhadores do país ganham um salário mínimo ou menos
O rendimento do trabalho é um dos principais indicadores da qualidade da inserção dos indivíduos no mercado de trabalho. Em 2022, enquanto 35,3% dos trabalhadores do país recebiam um salário mínimo (R$ 1,212) ou menos, apenas 7,6% deles recebia mais de cinco salários mínimos.
Em 2022, o rendimento mensal de todos os trabalhos dos homens (R$ 3.115) superou em 24,3% o das mulheres (R$ 2.506). Já o recorte por cor ou raça mostrou resultados mais elevados para as categorias amarela (R$ 5.942) e branca (R$ 3.659), situadas bem acima da média nacional (R$ 2.851). Em seguida, vinham as categorias de cor ou raça parda (R$2.186), preta (R$ 2.061) e indígena (R$ 1.683).
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