Ceará registra marca histórica de 1 milhão de carteiras de identidade em 2025

A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) ultrapassou a marca de 1 milhão de documentos de identidade emitidos antes mesmo do fim de 2025. O marco foi anunciado nesta sexta-feira (31), data em que o Ceará celebrou os 102 anos da emissão do primeiro registro civil no estado. Até o momento, o órgão emitiu 1.053.740 documentos e projeta alcançar 1.250.000 até dezembro.

O volume já supera todas as marcas registradas nos últimos cinco anos. Em 2021, foram emitidos 514.492 documentos. Em 2022, o número subiu para 729.760. Em 2023, o total chegou a 861.170, então recorde histórico. No ano passado, a Pefoce contabilizou 811.879 emissões. Com a implantação da Carteira de Identidade Nacional (CIN), em janeiro de 2024, o ritmo cresceu ainda mais. Desde então, cerca de 1,9 milhão de identidades foram emitidas no Ceará, número que pode chegar a 2 milhões até o fim do ano.

A Coordenadoria de Identificação Humana e Perícia Biométrica (CIHPB), setor da Pefoce responsável pela emissão e preservação dos registros, concentra os serviços de identificação civil e criminal. O coordenador Ricardo Filgueiras explica que o órgão nasceu com a missão de garantir segurança, autenticidade e preservação documental. “Desde a criação da Pefoce, a coordenadoria foi concebida para atuar tanto na emissão de documentos quanto na área laboratorial e pericial, incluindo papiloscopia e necropapiloscopia”, afirma.

Após obras de reforma, a unidade sediada na Avenida Universidade, em Fortaleza, retomou o atendimento presencial. A emissão pode ser realizada por agendamento no site da Pefoce ou por demanda espontânea.

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Evolução e segurança

A história da identidade civil no Ceará revela mais de um século de modificações. O documento, que surgiu como uma cédula impressa em formato de carteira de couro, passou por cerca de 15 modelos diferentes até chegar à versão digital da Carteira de Identidade Nacional.

Segundo Filgueiras, a preocupação com segurança acompanha essa trajetória desde o início. Os primeiros documentos tinham selos fornecidos pelo Tribunal de Justiça e colados com assinatura sobreposta para impedir adulteração. Depois, vieram perfurações de chancela, mudanças de cor, novos campos de informação e avanços tecnológicos. “A evolução é constante, sempre com foco em autenticidade e proteção dos dados”, explica.

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Acervo histórico passa de 20 milhões de registros

Além de emitir novos documentos, a CIHPB preserva o maior acervo de identificação do Ceará. São cerca de 350 mil registros criminais e mais de 18 milhões de registros civis gerados antes da CIN. Junto com as novas carteiras, o acervo já alcança aproximadamente 20 milhões de arquivos. Grande parte foi digitalizada; cerca de 6,5 milhões ainda aguardam o processo. Só o espaço físico destinado aos arquivos ocupa 300 m² da sede da coordenadoria.

Uma pesquisa realizada por Filgueiras mostrou curiosidades históricas. O primeiro cearense identificado oficialmente foi o então governador Ildefonso Albano, em 31 de outubro de 1923. Entre as dez primeiras pessoas documentadas, apenas uma era mulher: uma francesa que trabalhava como modista em Fortaleza. Dos 100 primeiros registros, apenas cinco pertenciam a pessoas negras. Dos 100 documentos analisados, 98 estão guardados na sede da CIHPB e os demais, no Centro de Estudos da Pefoce.

Ações e inclusão

Em 2023, ano do centenário da identificação civil no Ceará, a Pefoce criou a Medalha do Centenário em homenagem ao marco histórico. O órgão também entrega a medalha “Grande Mérito Policial Científico”, destinada a profissionais e instituições que fortalecem a perícia cearense.

Neste mês, a Pefoce e a Coordenadoria de Defesa Social da SSPDS iniciaram a emissão de 100 Carteiras de Identidade Nacional para crianças e adolescentes com deficiência ou neurodivergência em Fortaleza e Região Metropolitana. A coleta de documentos começou na Escola Instituto dos Cegos, com atendimento especializado às famílias.

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