Caso Kauã: um mês após acidente, suspeito do crime segue solto e amigo continua internado

Um mês após o acidente em que o jovem Kauã Guedes, de 18 anos, foi atropelado e morto, em Fortaleza, o acusado de cometer o crime continua à solta. O empresário Rafael Elisário, suspeito de ter causado o acidente ao trafegar em alta velocidade e avançar a preferencial, foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 15 mil.

O acidente fatal aconteceu no cruzamento das ruas República do Líbano e Osvaldo Cruz, no bairro Meireles, em Fortaleza. Kauã pilotava uma motocicleta, quando foi atingido por uma caminhonete conduzida por Rafael, que avançou a preferencial em alta velocidade. O impacto foi tão violento que o garupeiro da moto foi arremessado contra uma árvore e segue hospitalizado, enquanto Kauã ficou preso sob o veículo e não resistiu aos ferimentos, falecendo na manhã seguinte ao acidente.

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O motorista arrastou o jovem por mais de 20 metros e fugiu sem prestar socorro. Rafael dirigia a mais de 98 km/h em uma via com limite de 30 km/h e havia cerveja e drogas no veículo. Ele é investigado por homicídio doloso no trânsito.

O amigo de Kauã que também estava na moto, Igor Lima, de 23 anos, segue internado no Instituto José Frota (IJF), aguardando novas cirurgias.

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A mãe de Kauã, a costureira Verônica Irineu, falou com a equipe de reportagem da TV Cidade Fortaleza, expressando a angústia da família. “Está sendo muito difícil, né? É muito mesmo. A sensação que eu tenho é que eu estou vivendo um pesadelo. Todo dia quando eu acordo de manhã, eu tento esquecer um pouco. Só Deus que pode preencher e tirar essa dor do coração, pra que eu possa prosseguir, e meu desejo é que a justiça seja feita.”

Ela critica também o que considera uma desigualdade no sistema judiciário: “Aos olhos humanos parece que a justiça só funciona para quem não tem dinheiro. Se eu sou cidadã, se eu passo no meu carro com muitas coisas que é contra lei, eu vou preso, o carro é apreendido, não tem perigo de não ser. Mas esse carro [do suspeito] tinha várias multas, e a gente fica se perguntando: que impunidade é essa?”

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Por sua vez, Vânia Lima, mãe de Igor, denuncia a falta de responsabilidade do empresário, pontuando que até hoje não se prontificou a ajudar o filho dela, que segue hospitalizado. “Nem para pegar o meu filho para levar para um hospital bom, não apareceu”, conta. “Tá muito difícil pra mim, pra família. A gente não tá trabalhando, o meu filho não tá trabalhando porque tem que ficar com ele 24 horas… Nós estamos aqui nesse hospital, nós estamos praticamente jogados.”

Enquanto Igor luta pela recuperação, as famílias cobram justiça. “Só Deus que pode preencher e tirar essa dor do coração, pra que eu possa prosseguir e que meu desejo é que a justiça seja feita”, pontua Verônica Irineu.

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