Cartórios do Ceará registram mais casamentos entre homens do que entre mulheres na última década

Desde a regulamentação dos casamentos homoafetivo no Brasil, em 2013, os cartórios do Ceará oficializaram mais uniões entre homens do que entre mulheres. De acordo com dados da Associação dos Notários e Registradores do Estado (Anoreg-CE), foram registrados 5.172 casamentos entre pessoas do mesmo sexo no estado, sendo 2.780 entre homens e 2.392 entre mulheres — uma diferença de 388 uniões.

A maior procura entre os homens aconteceu logo após a legalização, em 2014, quando foram registrados 686 casamentos masculinos. Já o pico entre as mulheres foi mais recente, em 2024, com 294 uniões formalizadas. Nos primeiros quatro meses de 2025, pela primeira vez, as mulheres superaram os homens em número de casamentos: 102 contra 96.

>>>Clique aqui para seguir o canal do GCMAIS no WhatsApp<<<

Para a diretora de Comunicação da Anoreg-CE e titular do cartório de Registro Civil em Granja, Priscila Aragão, o avanço é reflexo do papel social exercido pelos cartórios. “Além de desafogar o Judiciário, os cartórios têm contribuído diretamente para garantir o direito à cidadania, respeitando o princípio da dignidade da pessoa humana. A média anual tem se mantido entre 150 e 200 casamentos homoafetivos no Ceará, com variações pontuais”, afirmou.

O reconhecimento legal do casamento entre pessoas do mesmo sexo teve início com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2011, que o equiparou a uma entidade familiar. Dois anos depois, a Resolução nº 175 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) garantiu que todos os cartórios brasileiros fossem obrigados a realizar esse tipo de união.

>>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<<

Apesar dos avanços, o tema segue em debate no Congresso Nacional. Uma proposta que visa proibir o casamento homoafetivo foi aprovada em março deste ano pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados. A matéria ainda precisa passar por outras comissões antes de ser votada em plenário e, eventualmente, no Senado. Se aprovada, a proposta pode representar um retrocesso em direitos garantidos nos últimos anos.

Enquanto isso, no Ceará, a procura pela formalização de uniões homoafetivas segue firme — com os homens ainda na dianteira, mas com uma diferença que vem diminuindo ao longo do tempo.

Cartórios do Ceará registram mais casamentos entre homens do que entre mulheres

Homens:
2013 (148); 2014 (686); 2015 (245); 2016 (188); 2017 (181); 2018 (213); 2019 (219); 2020 (112); 2021 (146); 2022 (154); 2023 (198); 2024 (194) e 2025 – até abril (96)

Mulheres
2013 (64); 2014 (109); 2015 (154); 2016 (153); 2017 (141); 2018 (224); 2019 (230); 2020 (174); 2021 (240); 2022 (262); 2023 (245); 2024 (294) e 2025 – até abril (102)

Leia também | 24ª Parada pela Diversidade do Ceará homenageia Thina Rodrigues e espera reunir 1 milhão de pessoas na Beira Mar

>>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<<